(por Ruth Bolognese) – Aquele procurador que parece um detetive sagaz de filme inglês, sem o cachimbo, o Carlos Fernando dos Santos Lima, contou que o então vice-presidente, Michel Temer, convidou a Força Tarefa da Lava Jato para uma visita ao palácio Jaburu. Isso às vésperas do Impeachment de Dilma Rousseff e na calada da noite. Convite devidamente recusado.
O que Michel Temer pretendia com a Força Tarefa? Das duas, uma: pedir apoio para golpear Dilma, o que seria redundância (sobre isso falar com o juiz Moro) ou certificar-se que seria poupado em caso de escândalos escabrosos (sobre isso falar com o Joesley, no açougue).
Dois pedidos, por si só, condenáveis. E o pessoal da Lava Jato comprovou, mais uma vez, que ouvir uma proposta indecente, seja no terreno amoroso, na política ou na vida, já é meio caminho andado para o conluio.
Ai, então, Janot capiscou a ideia e promoveu a famosa reunião escondidinha, provavelmente à noite, onde foi perpetrado o perdão absoluto a um crime absoluto de um criminoso absoluto. Nada em favor de Temer, que seus seus crimes sejam investigados e condenados, mas tudo contra o tal acordo da PGR/JBS, absolutamente vergonhoso e suspeito. O Brasil tem de passar ambos os casos, Temer e PGR/JBS, a limpo.