Tem um Traiano no caminho de Ratinho Jr.

Tinha um preço o apoio que o deputado Ademar Traiano, presidente da Assembleia e dirigente do PSDB, deu à candidatura de Ratinho Jr. – ele queria, como recíproca, que, se eleito governador do estado, Ratinho trabalhasse para reconduzi-lo à presidência da Alep. Embora constrangido, mas considerando naquele momento que para chegar à vitória era necessário fazer algumas concessões, Ratinho concordou. E agora se vê na contingência de manter a palavra e atuar discretamente para fazer a vontade de Traiano.

O governador eleito tem conversado com alguns deputados que detêm grande influência na manipulação dos cordeis internos da Assembleia, especialmente com a bancada do PSB e, mais especificamente, com os experientes Luiz Cláudio Romanelli e Alexandre Curi. Pede-lhes apenas boa vontade com Traiano, mas não exige deles nenhum compromisso. Ratinho prefere que o próprio Traiano procure se viabilizar internamente e promete não interferir.

Há explicações para o distanciamento de Ratinho Jr da disputa interna na Assembleia. Primeiro, porque sabe que há outros interessados em disputar a presidência da Casa e agora não é hora de se indispor com ninguém. Por outro lado, teme que o avanço das investigações da Operação Quadro Negro acabe de vez por colocar Traiano no centro do furacão. Nesse caso, Traiano se constituiria num incômodo que seria bom evitar. Um desgaste que não pode (nem deve) ser absorvido pelo novo governador.

Maleável, porém, Ratinho Jr. condiciona – se Ademar Traiano conseguir maioria para se reeleger presidente nada fará para impedi-lo, mas quer que, nesse caso, o deputado Luiz Cláudio Romanelli seja eleito primeiro-secretário. Acredita que, nesta posição, com sua experiência e liderança natural, Romanelli manterá na Assembleia a maioria tranquila indispensável para o governo.

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