A análise que o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) faz da regularidade dos editais de licitação pública emitidos pelos órgãos fiscalizados vai ficar mais rápida, abrangente e eficaz. A corte paranaense adquiriu, mediante licitação, plataforma integrada de Robotic Process Automation (RPA). A nova ferramenta tecnológica permite a extração e aplicação de inteligência analítica de dados, aumentando a capacidade do órgão de controle de evitar que a administração pública paranaense – Estado e municípios – realizem aquisições prejudiciais ao erário.
A compra da plataforma de RPA foi homologada em sessão do Pleno da Casa no último dia 4 de novembro. A vencedora do Pregão Eletrônico nº 12/2020 foi a empresa T2C Consultoria Limitada, com sede em Sorocaba (SP). Pela aquisição do pacote, que além da implantação dos robôs inclui treinamento, capacitação da equipe de servidores e suporte técnico, o TCE-PR pagará R$ 1.618.421,58.
“Podemos dizer que a nossa capacidade de identificar e analisar inconsistências nos editais lançados pelos órgãos jurisdicionados dará um grande salto de qualidade com esta aquisição”, celebra Rafael Gonçalves Ayres, coordenador geral de Fiscalização do Tribunal. “O foco vai ser na extração e aplicação de inteligência analítica de dados, uma tecnologia inovadora, que vem apresentando excelentes resultados em vários campos e que será de grande auxílio no controle do gasto público no Paraná”, completa.
Fases – Numa primeira fase, a solução RPA vai permitir a extração de avisos de licitações da administração direta do Estado e dos municípios, publicados nos diários oficiais eletrônicos e outros portais. Também vai possibilitar a obtenção de informações e documentos de licitação dos portais de transparência da administração direta do Estado e municípios (prática conhecida como webscraping).
Outras possibilidades oferecidas pela nova ferramenta são organizar os documentos extraídos; converter em texto documentos em formato de imagem (OCR); transformar os documentos extraídos em metadados; armazenar informações da extração no banco de dados do Tribunal; tratar e categorizar os dados por tipo de objeto licitado com uso de processamento de linguagem natural e machine learning; e subsidiar painéis em Business Intelligence, sites e e-mails de alerta, para demonstrar as inconformidades detectadas.
“Numa segunda etapa, visualizamos a possibilidade de usar essa ferramenta poderosa em outros aspectos da administração municipal e estadual”, antecipa Guilherme Vieira, titular da Coordenadoria de Acompanhamento de Atos de Gestão (Cage) do TCE-PR. Como exemplos, ele cita a construção de modelos de análises preditivas de editais e a extração de outras informações, como folha de pagamento, diárias e a transparência dos portais. É possível, ainda, a ampliação do escopo para os portais das câmaras de vereadores, dos consórcios públicos e da administração indireta. (Do TCE-PR).