STF adia para amanhã decisão sobre medida que pode minar Lava Jato

Por 8 a 3, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram na tarde desta quarta-feira (2) que vão analisar uma tese defendida pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, para fixar critérios e delimitar o alcance da decisão que abre brecha para a anulação de condenações da Operação Lava Jato. O julgamento será retomado nesta quinta-feira (3).

Pela tese de Toffoli, condenações podem ser anuladas nos casos em que o réu delatado (alvo de acusação) pediu à Justiça para falar por último, mas teve a solicitação negada em primeira instância – e comprovou, dessa forma, o prejuízo à defesa.

Ao tentar demarcar os efeitos da decisão do STF, esclarecendo as circunstâncias em que as condenações podem ser anuladas, Toffoli busca garantir segurança jurídica e orientar as diversas instâncias judiciais de todo o País na tomada de decisões.

A tese sugerida por Toffoli é dividida em dois pontos, que agora serão analisados separadamente, em duas outras votações distintas:

1) Em todos os procedimentos penais, é direito do acusado delatado apresentar as alegações finais após o acusado delator que, nos termos da Lei 12.850, de 2013, tenha celebrado acordo de colaboração premiada devidamente homologado, sob pena de nulidade processual, desde que arguido até a fase do art. 403 do CPP (Código de Processo Penal) ou o equivalente a legislação especial, e reiterado nas fases recursais subsequentes;

2) Para os processos já sentenciados, é necessária ainda a demonstração do prejuízo, que deverá ser aferida no caso concreto pelas instâncias competentes.

A tese defendida por Toffoli não favoreceria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá. Motivo: neste caso, não havia réus com acordo de colaboração premiada homologado pela Justiça na época da condenação de Lula em primeira instância. (do jornal O Estado de S.Paulo)

3 COMENTÁRIOS

  1. Outra materia que vou passar direto aos comentários. Como assim “minar a Lava Jato” ?

    Tenho sentido saudades daquele ContraPonto que repercutia a Vaza Jato. Acho que o “ímpeto jornalístico” tomou Doril.

    Vai no Rio de Janeiro e vê o que a Lava Jato minou .E aproveita e vai em Brasilia pra ver o que a Lava Jato construiu. Simples. da pra fazer de ônibus.

    ContraPonto devia ler a Vaza Jato a fundo. Aposto que o livro do Janot já foi..

    Logo estou com o Mengão, com o Intercept e contra este arranjo de classes fajuto.

  2. O que minou a Lava Jato foi o comportamento de seus integrantes. Seletividade, parcialidade, blindagem de alguns políticos “simpáticos” à operação, excesso de vaidade e de exposição, arrogância, desrespeito à legislação e sei lá mais quantos defeitos. Some-se a isso o inacreditável fato de Sergio Moro aceitar o cargo de ministro, as revelações do Intercept, (algumas já confirmadas por pessoas citadas nas conversas), o livro do Janot e hoje a suspeita
    de que auditores da receita estavam estorquindo investigados, só para citar os principais pontos até aqui, e dá pra ter uma idéia clara de que a Lava Jato se desmontou por si mesma, pelos erros primários cometidos. Daí não adianta culpar agora o STF, que tardiamente tenta por alguma ordem na confusão. Aquilo que já foi uma quase unanimidade logo no início se revelou apenas um projeto de poder de alguns membros do judiciário.

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