Sob o sol da delação

(por Ruth Bolognese) –  No pau da goiaba, o combate à corrupção no Brasil se sustenta sobre três bases: 1) o golpe na Dilma ; 2) a delação  e 3) as gravações . Três comportamentos sociais tão abomináveis que cobririam de vergonha até o homem das Neves.

A música do Gil diz que para falar com Deus há que se descer ao chão, comer o pão do Chifrudo, pagar os pecados. No Paraná, seria o equivalente a recuperar todos os vídeos da Escolinha do Requião e ficar vendo e ouvindo. De pé. Ou assistir as sessões de debates na Assembleia e na Câmara de Curitiba, por 6 meses.

O golpe na Dilma é questão jurídica,  que os livros de Direito Constitucional vão esmiuçar num futuro próximo. As delações ficam por conta daquele hábito bem brasileiro de imitar os Estados Unidos e transformar a imitação em algo tão nosso,  peculiar e 10 graus na escala richter. E as gravações são marca do caráter de alguém que se finge de amigo, entra na tua casa, fica fazendo “hum, hum” e sai esfregando as mãos por te trair a céu aberto.

Se os brasileiros vão sair de tudo isso que aí está mais democráticos,  mais honestos e mais atentos ao voto na urna, o futuro dirá. Por enquanto, é o que temos.

 

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