A proposta da diretoria de Urbs, a companhia municipal que controla o transporte coletivo de Curitiba, de reduzir em 25% o valor dos salários dos funcionários (com correspondente redução da jornada), mais a retirada de outros benefícios históricos, terá sessão de conciliação no próximo dia 16 de novembro no Ministério Público do Trabalho (MPT). Com estas e outras medidas, a Urbs pretende economizar quase R$ 3 milhões por mês.
O Sindiurbano, sindicato que representa os servidores da Urbs, contesta as propostas e culpa a má gestão da empresa pelas dificuldades que a colocam em situação pré-falimentar, e não acha justo que os trabalhadores paguem conta. É o que consta de um longo memorial em que Sindiurbano apresenta suas contrarrazões.
Os parágrafos finais do documento, encaminhado há dias para o MPT, pareciam proféticos em relação ao que aconteceu nesta sexta-feira: a exoneração de toda a diretoria da Urbs. Diz assim o trecho de conclusão do memorial:
Se antes o SINDIURBANO-PR já apontava a necessidade urgente de exoneração de toda a diretoria e suas assessorias, que se mostram a cada dia mais despreparadas para gerir uma empresa grande e importante como a URBS, agora a situação dos atuais gestores se torna insustentável.
Não é possível que o prefeito de Curitiba mantenha uma diretoria que, diante da crise em que a empresa se encontra e tendo quase dois meses de prazo, elabora e apresenta ao MPT e aos sindicatos um “documento” como este, que não tem nem sequer o papel timbrado da empresa. Além disso, onde está o estudo que a diretoria da empresa deveria ter feito? Onde estão os dados e a análise?
O sindicato considera um verdadeiro descaso com os trabalhadores que dedicam seu tempo e sua energia à prestação dos serviços de responsabilidade da URBS. A situação da URBS é também um grave desrespeito à população de Curitiba, uma empresa pública que é de todos nós.