O Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana( Sinpes) emitiu nota de repúdio contra a posição do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe) que defende o retorno imediato de algumas atividades presencias no âmbito do Ensino Superior, bem como a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), que anunciou a volta de atividades práticas em alguns dos seus cursos já a partir da segunda-feira (1/6).
Segundo os professores do ensino superior representados pelo Sinpes, nesse momento ainda não é conveniente a aplicação do Plano Estratégico da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), entidade a que pertence o Sinepe, que define diretrizes a serem adotadas para o retorno gradual das aulas presenciais no Brasil em todos os níveis
O Sinpes vê com preocupação alguns pontos do Plano da Fenep porque minimizam a gravidade da situação pandêmica no país, assim como mitigam recomendações de instituições científicas do mundo todo, incluindo as dadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e contém recomendações impraticáveis no âmbito das grandes instituições de ensino superior, como por exemplo medição de temperatura corporal de professores, alunos e auxiliares de administração escolar. No entender do Sinpes, o retorno às aulas nesse momento será a crônica de uma tragédia anunciada no momento em que os jornais noticiam 1086 mortes diárias em face da pandemia, que acumulam 25.598 mortes desde o início de sua chegada ao Brasil e os dados oficiais, certamente subfaturados, retratam que o número de casos quadruplicou somente no mês de maio. A relativa contenção da pandemia em Curitiba decorre justamente das medidas de isolamento social até agora bem sucedidas. O relaxamento dessas medidas, por ocasião do período que antecedeu o Dia das Mães, já se faz sentir em termos de ampliação de casos e de óbitos. Segundo estudo da Bain & Company divulgado na primeira semana de maio o Brasil segue tendência de contágio semelhante à dos Estados Unidos. Em comparação a diversos outros países, o Brasil ainda está em um estágio de crescimento mais acelerado da propagação da doença. A taxa de crescimento de novos casos na segunda semana de maio foi de 7,8% ante 3,3% dos Estados Unidos, 1,9% na Espanha, 1,2% na Itália e 0,9% na Alemanha.