Sete anos depois, quem ganhou dinheiro com as tomadas de três pinos?

Você já deve ter se perguntado muitas vezes: por que só Brasil, em todo o mundo, exige tomada elétrica de três pinos? E já deve ter desconfiado que, há sete anos, quando o sistema foi implantado, alguém iria ganhar muito dinheiro com isso.

A revista Época foi pesquisar para contar essa história:

Mercado movimenta R$ 24 bilhões por ano e segurança das redes elétricas não melhorou

Com uma canetada em 2000, o então presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Armando Mariante Carvalho Junior, obrigou 196 milhões de pessoas a gastar ao menos R$ 1,4 bilhão para a troca potencial de tomadas em mais de 60 milhões de residências em todo o Brasil. Carvalho hoje integra o rol de investigados na Operação Lava Jato, mas não por ter liderado a incômoda revolução da tomada dos três pinos. Como ex-vice-presidente do BNDES, ele é investigado por participação em empréstimos fraudulentos ao pecuarista José Carlos Bumlai, o amigo do ex-presidente Lula que foi condenado a quase dez anos de prisão por corrupção e gestão fraudulenta.

Sete anos depois, quem ganhou dinheiro com as tomadas de três pinos?

No caso dos três pinos, Carvalho estabeleceu, por meio de portaria, prazos para que fabricantes e comerciantes de material elétrico e eletrodomésticos se adaptassem ao padrão NBR 14136 — um termo alfanumérico que define tecnicamente a nova tomada. Em 1º de julho, a tomada de três pinos completa seu sétimo ano de existência obrigatória. Ninguém mais pode fabricar ou importar aparelhos com plugues ou tomadas fora do padrão, sob pena de elevadas multas. Ninguém pode também vender no varejo tomadas velhas nem eletrodomésticos com o plugue antigo.

Duas perguntas, no entanto, ainda assombram os brasileiros: por que o padrão de tomadas e plugues foi alterado? E quem, afinal, ganhou com isso? Carvalho não quis responder às perguntas de ÉPOCA. O executivo Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, o maior inimigo que a tomada de três pinos já teve, verbalizou a hipótese mais frequente no setor de varejistas do comércio elétrico. Apontou uma multinacional francesa como beneficiária direta da adoção da tomada de três pinos.

Sprovieri é vice-presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) e presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos no Estado de São Paulo (Sincoelétrico). Numa tarde de abril, no centro do Rio de Janeiro, no quarto andar do prédio da Confederação Nacional do Comércio, buscava, sem sucesso, uma tomada adequada para recarregar o celular, antes de discorrer sobre a hipótese que lhe parece a mais razoável.

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7 COMENTÁRIOS

  1. A tomada de 3 pinos em qualquer país do mundo é extremamente necessária, pois a eletricidade funciona da mesma maneira em qualquer lugar.
    Por volta de 1836, o cientista alemão Karl August Steiheil descobriu o aterramento e mudou a história da eletricidade.
    O aterramento é indispensável em qual circuito elétrico, pois garante a proteção das pessoas em caso do aparelho entrar em curto-circuito, pois o fio terra destinará a corrente que seria percorrida pelo corpo humano, para a terra. Fio terra também protege, aparelho de som, geladeira, micro-ondas, máquina de lavar-louça, fogão, máquina de lavar roupa, cafeteira, televisão, etc.
    Quantas pessoas que já morreram por falta do fio terra nas instalações elétricas. Já houve casos de mortes até em shows, em palcos sem o fio terra.

    A tomada de 3 pinos no Brasil custa entre R$6,00 até R$18,00, enquanto a a tomada de 3 pinos americana custa entre R$32,00 a R$39,00 no site mercado livre.
    Entao além de segura é mais barato usar a tomada brasileira, mas a pessoa pode usar o modelo que quiser contanto que o profissional seja capacitado e habilitado.
    Eu posso ser capacitado em direção de carro, mas se eu não tiver a habilitação do Detran, eu não poderei dirigir automóvel.

    Não adianta ter a melhor tomada do mundo, se o profissional não for capacitado, e habilitado pelo CREA.

    Infelizmente por falta de conhecimento muita pessoas são contra as tomadas de 3 pinos, de qualquer modelo, porém sem ela não seria possível aterrarem os equipamentos usados nas residências, comércios e indústria, etc.

    Aterramento é o cinto de segurança da eletricidade.

    Que for contra o aterramento é contra a vida segura e contra a segurança dos aparelhos.

    Abraços em todos.

    José Porto
    Técnico em Eletrotécnica – Jornalista

  2. Eu acho que como tudo no Brasil, tem políticos e empresários interessados, fazendo a coisa acontecer. Mas minha opinião é que essa tomada (padrão brasileiro) e sua exigência são totalmente necessários. Acontece que quem é contra não entende nada de elétrica, de aterramento, de choque elétrico, de proteções… Vão passar a vida condenando a tal tomada. Antes dessa tomada, a falta de padrão era HORRÍVEL.

    • Não sei se compreendi seu enunciado, que me parece crítica à minha citação de “aterramento”. Caso seja o que parece ser, lhe adianto que, por formação e exercício da profissão, conheço a fundo a questão de aterramento e o universo que a envolve, enfim, engenharia elétrica. Eu não fiz um comentário técnico por saber que não estou no meu ambiente como profissional, e sim como cidadão. Caso não tenha havido intenção de contrabater esquerdisticamente, me desculpe o equívoco..

  3. É o tipo de coisa que o povo reclama mas não adianta, é “lei” (máquina de fazer dinheiro). O mais absurdo da coisa ainda não vi comentarem. É o fato de que nada adianta tomada de e pinos em edificações desprovidas de ATERRAMENTO, pois a descarga de um excesso de energia não tem para onde fluir, que seria o solo. É o sistema que se usa em para-raios, mas que o povo desconhece e nem sabe disso nem do resto. Lamentável a nossa Botocúndia.

  4. É mentira que só no Brasil tem tomadas de três pinos. Vi isso num hotel na Suíça, e em Florença tinha ambulantes vendendo adaptadores de tomadas para tres pinos na rua. Em 2015. Essa praga é mundial, e desconfio que partiu de fabricantes chineses de eletrodomésticos, que teriam arranjado um jeito de faturar um extra com as adaptações. Quanto à ABNT, merece o mesmo crédito da Anvisa, ou seja, nenhum.

    • É que o texto foi mal redigido na origem (Revista Época). Eles deveriam ter dito que “o Brasil é o único a ter este modelo de tomada”, ou seja, no desenho como está mostrado acima, sob a indicação “Modelo brasileiro, usado somente no Brasil”.

  5. Vale notar que os Conselhos Regionais de Engenharia (CREAs), a Confederação Nacional de Engenharia (CONFEA), os Sindicatos de Engenheiros, os Institutos de Engenharia tenham se calado, em vez de denunciar esta aberração. Foram coniventes e também molharam o bolso?

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