(por Ruth Bolognese) – Dois altos funcionários do Ministério de Transportes, Luciano Castro, coordenador de concessões de estradas, e Marcos Pessoa, também do setor, queriam participar das conversas e acertos com o sistema de pedágio no Paraná. Numa reunião entre o ex-diretor do DER, Nelson Leal Jr, em 2016, para tratar da renovação dos contratos, marcada por iniciativa do Ministério dos Transportes, em Brasília, os dois servidores deixaram claro que pretendiam fazer parte do sistema de propinas do Paraná, junto às concessionárias.
As informações estão relatadas pelo juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23.ª Vara Federal Criminal de Curitiba no despacho (clique aqui e leia a íntegra) em que determinou a prisão preventiva do ex-secretário de Infra Estrutura, Pepe Richa, irmão do ex-governador Beto Richa.
Segundo Leal Junior, a participação dos dois funcionários no esquema não teria sido possível porque em 2016 um desentendimento entre o grupo do DER e Altair Petry, o Neco, interrompeu os pagamentos. O clima do final da reunião foi de “desgosto” por parte dos servidores do Ministério dos Transportes, segundo Leal Jr., que revelou, ainda, que tempos depois o próprio Ministério passou a tratar diretamente com as concessionárias, mas ele não soube dizer se houve ou não pagamento de propinas.