Sergio Moro: de Curitiba para o CNJ

Quem foi para Portugal perdeu o lugar. É o que diziam os boateiros que diziam que o juiz Sergio Moro havia interrompido seus passeios turísticos domingo passado em Lisboa para, mesmo em férias, se contrapor à decisão do desembargador plantonista Rogério Favreto que havia decretado a soltura do ex-presidente Lula.

Não, Sergio Moro, embora em férias, não estava em Portugal. No domingo pela manhã, passeava com seu cachorro nas ruas do Boa Vista, bairro onde mora em Curitiba, quando foi avisado da decisão procedente de Porto Alegre e decidiu produzir o despacho dirigido à Polícia Federal para que não cumprisse a ordem de libertar Lula: desembargador que não tem competência para mandar prender também não tem competência para mandar soltar, argumentou Moro.

Mas atitude de Sergio Moro tem seu preço, que pode começar a ser cobrado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que já guarda em suas gavetas queixa mais antiga contra ele. Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, os procedimentos devem tomar os seguintes destinos:

Como será o amanhã? Os dois procedimentos a que Sergio Moro responde no Conselho Nacional de Justiça só devem ser avaliados na gestão do ministro Dias Toffoli, que assume o colegiado em setembro. A primeira apuração trata da quebra do sigilo de conversa entre a então presidente Dilma Rousseff e Lula. A segunda, recente, da guerra de liminares sobre um habeas corpus do petista. Como o ex-presidente está no centro dos episódios, membros do CNJ dizem que nada os impede de unir as ações.

Empoeirado O primeiro procedimento aberto contra Moro refere-se a episódio de 2016. Ele está na pauta do colegiado, mas nunca foi chamado para deliberação pela atual presidente, Cármen Lúcia.

Diga-me O segundo caso foi aberto nesta terça (10) após a guerra de liminares sobre habeas corpus de Lula.

Diga-me 2 Neste, o CNJ quer entender se Moro agiu de maneira atípicaao interromper as férias para despachar, se quebrou a hierarquia ao desqualificar a polêmica decisão de Rogerio Favreto e se, ao admitir ter acionado outros juízes do TRF-4, indicou ligação excessiva com o caso.

Não dói Ainda que o CNJ opte por punir o juiz, os que apostam mais alto acham que o colegiado lançará no máximo uma advertência contra ele.

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