(do jornal Folha de S.Paulo) – A expectativa do presidente Michel Temer de conseguir nesta quarta-feira (6) um piso de pelo menos 290 votos e, assim, definir uma data para a votação da reforma previdenciária acabou frustrada.
Sem reunir apoio necessário, o peemedebista decidiu aguardar os próximos dias para avaliar se será possível votar na próxima semana as mudanças nas regras de aposentadoria.
Em jantar com deputados e ministros no Palácio do Alvorada, o presidente concluiu que é necessário mais tempo e disse que fará uma recontagem de votos nesta quinta-feira (7).
Pelos cálculos, o Palácio do Planalto conta com cerca de 260 votos, número abaixo dos 308 necessários para aprová-la.
Para tentar aumentar o atual placar, Temer promoverá nova rodada de reuniões e abrirá o gabinete presidencial para deputados indecisos e resistentes, mas a expectativa é pessimista mesmo dentro da equipe presidencial.
No encontro, o presidente adotou um discurso duro. Segundo relatos de presentes, ele disse que os deputados governistas que não votarem a proposta serão cobrados na disputa eleitoral por manterem privilégios para os servidores públicos.
Mesmo com o tom incisivo do peemedebista, os presidentes nacional do DEM, Agripino Maia, e do PP, Ciro Nogueira, colocaram em dúvida a possibilidade de se votar ainda neste ano.
Apesar do apelo do presidente, os líderes governistas não levaram para a reunião um placar de votos favoráveis em suas respectivas bancadas e ficaram de entregar o balança nesta quinta-feira (7).