A secretaria da Segurança Pública do Paraná começou a transferir desde a manhã desta sexta-feira (18) de 115 presos da Central de Flagrantes para o sistema penitenciário. A Sesp informou que havia mais de 130 pessoas detidas no local, feito originalmente para abrigar apenas oito. O Contraponto ajudou a denunciar a situação caótica e desumana na unidade.
A advogada Isabel Kugler Mendes, presidente do Conselho da Comunidade, diz que a situação na Central havia ultrapassado todos os limites do aceitável. “Eram 142 presos em duas celas e uma sala. Os que ficavam na sala muitas vezes tinham algemas nas mãos e nos pés, em um cenário terrível… A transferência foi autorizada hoje, mas acontecerá de forma gradativa. Trinta pessoas foram retiradas hoje do local, amanhã serão 20 pela manhã e 20 à tarde, e o restante sairá no domingo”, disse ela em entrevista à Banda B.
Segundo a advogada, apesar de não resolver definitivamente o problema, a medida ajudará a desafogar a delegacia e melhorar as condições para os detidos. “O Conselho está respirando mais aliviado. Não tinha mais condições. Ontem nós fomos até lá e nos deparamos com muitos doentes, até mesmo pessoas com tuberculose, contaminando todo o ambiente, transmitindo isso até para os policiais, colocando a vida deles em risco. Para se ter uma noção, na sala, os presos usavam garrafa pet e sacos de lixo para fazer as necessidades, em uma situação degradante, humilhante e constrangedora, contra a Constituição e a Lei de Execução Penal”, completou.