Se empresa contribuir na capitalização, desemprego não acaba, diz ministro

A contribuição de empresas na capitalização vai manter alto o desemprego entre os jovens, disse nesta terça-feira (4) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele foi convocado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados para explicar os impactos financeiros e econômicos da reforma da Previdência.

O ministro ressaltou, no entanto, que a decisão caberá ao Congresso Nacional, que discutirá o regime de capitalização, onde cada trabalhador tem uma conta individual, depois da aprovação da reforma. “A nova Previdência [capitalização] virá de novo para cá. Pode botar [encargo sobre as empresas], mas a contribuição patronal vai manter o desemprego alto entre os jovens”, disse.

A proposta de reforma da Previdência inclui uma autorização para que o governo envie um projeto de lei complementar para definir o funcionamento do regime de capitalização e regulamentar a futura carteira de trabalho verde-amarela. No entanto, o relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), defende que o empresário também contribua para a aposentadoria do trabalhador no novo regime para reduzir o risco de o trabalhador não conseguir poupar o suficiente.

Embora os detalhes da capitalização não estejam na proposta em tramitação, Guedes declarou diversas vezes ser favorável a um modelo que forneça aposentadoria de, pelo menos, um salário mínimo, mesmo nos casos de poupança insuficiente. A contribuição, no entanto, seria apenas do empregado. “O Chile começou adotando a capitalização simples. Depois a renda subiu, e eles reformularam o sistema”, explicou.

Guedes ressaltou que a capitalização será opcional e que a economia de R$ 1 trilhão com a reforma da Previdência será suficiente para adotar o novo sistema porque o futuro regime será opcional e valerá apenas para o primeiro emprego do jovem. Ele explicou que o jovem atualmente só consegue o primeiro emprego formal, em média, aos 28 anos. “O jovem passa dez anos na geração nem-nem. Eles não estão na escola nem trabalhando. É uma desgraça social. Nós não podemos deixá-los sem

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