O líder do governo na Assembleia, deputado Luiz Cláudio Romanelli, deu na sessão desta quarta-feira uma didática aula para dizer como aconteceu a Quadro Negro. Usou lâminas para projetar todo o esquema de desvios de verbas da Educação arquitetado entre o diretor escolhido por Beto Richa para a presidência da Fundepar e o dono de uma construtora.
Tudo para demonstrar que o governador, além de inocente e mal-avisado, foi quem tomou as primeiras e mais enérgicas providências para frear as traquinagens que fizeram evaporar a quantia de R$ 20 milhões antes destinada à construção de escolas.
No fundo (ou nas entrelinhas) quis colocar a culpa no ex-presidente da Sude (Superintendência de Desenvolvimento da Educação), Jaime Sunyé Neto, o servidor que levou o então secretário da Educação, Fernando Xavier Ferreira, a abrir a sindicância que desnudou a corrupção.
O argumento de Romanelli: o governador de nada foi culpado porque, antes de assinar os aditivos que engordaram o desvio de verbas, os processos tinham passado por 11 instâncias de conferência. Portanto, tinha certeza de que tudo estava regular e legal.
Mas, enquanto explicava isto, também mostrou que Jaime Sunyé, antes de assinar autorizações para pagamento ou prorrogação de prazo para conclusão das obras de construção das escolas, também o fazia com base em inúmeros atos assinados por Fanini, por engenheiros, por consultores e assessores. Se o que vale para Richa, que confiou nos pareceres favoráveis que lhe foram apresentados, deve valer também para Sunyé. Ou queria que Sunyé pusesse uma trena embaixo do braço – como ironizou Richa em entrevista coletiva – e saísse fazendo medições das obras?
Apenas acho que, por mais confiável que alguém próximo lhe parece ser… não custa ver o que realmente está acontecendo, pois no final a culpa sempre será do líder.
Se a realidade não é favorável publique-se a versão ! Acredite quem quiser. De minha parte, espero na Justiça, na federal, é claro.