O deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PSB) destacou nesta terça-feira (3) o estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM) que mostra a perda de arrecadação dos 1.820 municípios (tanto os que podem ser extintos quanto os que vão agregá-los) afetados pela PEC do Pacto Federativo e que pode chegar a R$ 7 bilhões. No Paraná, onde há 100 municípios ameaçados, a perda chega a R$ 682 milhões.
“Conforme o estudo da CNM, o Paraná é o quarto estado com maior perda de arrecadação. O primeiro será Minas Gerais (R$ 1,4 bilhão), depois vem Rio Grande do Sul (R$ 1 bilhão) e São Paulo (R$ 963,3 milhões). No Paraná, ainda conforme o estudo, o impacto da PEC atinge 100 cidades. A que carga d’águas serve a extinção das cidades com menos de 5 mil habitantes e que não alcance 10% de receitas próprias? Cidade agora tem que dar lucro?”, pergunta Romanelli.
Pelo estudo da CNM, não só os 1.217 municípios que serão extintos perderão receita como também as 702 cidades que os incorporarão. Pela proposta, serão extintos os municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor de 10% da sua receita total.
Arrecadação – Hoje, a arrecadação do FPM dos municípios afetados é de R$ 25,1 bilhões, valor que pode cair para R$ 18,05 bilhões depois da fusão. “A proposta é um equívoco. Ela avalia a sustentabilidade fiscal do Município considerando apenas a arrecadação e a quantidade populacional”, afirma o presidente da CNM, Glademir Aroldi.
“A PEC desconsidera que a dependência dos governos locais, em relação às transferências da União e dos Estados, é resultado do modelo constitucional de repartição de competências, em que o município tributa apenas imóveis urbanos e serviços”, diz Romanelli ainda sobre o estudo.
“O novo pacto federativo tem que transferir competências e recursos aos estados e municípios. A essência é descentralização gerencial-administrativa do Estado. Temos que rediscutir a distribuição dos recursos arrecadados pelos impostos e contribuições. Nossa estrutura federativa transfere a maioria de suas receitas fiscais para a União, um erro que não deve ter continuidade”, defende Romanelli.
Receitas – Os dados do estudo, adianta Romanelli, elucidam que a maioria dos municípios pequenos é rural e/ou dependente do agronegócio e possui baixa capacidade de arrecadar impostos, independentemente do nível de eficiência dos gestores. Contudo, a Confederação questiona o fato de a proposta não simular os efeitos que a extinção dessas cidades produzirá sobre a repartição de receitas, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), e nem verificar a viabilidade prática.
“Perderão receita de FPM, não somente os 1.217 Municípios a serem extintos, mas também as 702 cidades que os incorporarão”, mostra o estudo. Além disso, a emenda prevê que todas as cidades com menos de cinco mil habitantes e menos de 10% de sua receita proveniente de arrecadação própria sejam incorporados ao seu vizinho de maior índice de sustentabilidade fiscal. Ao mesmo tempo, nenhuma dessas cidades-mãe poderá incorporar mais de três municípios. “Tais condições não podem ser obedecidas, simultaneamente, por cerca de 20% dos casos de fusões”, aponta.
A CNM acredita que o fundamental é regular as relações entre as três esferas do governo, ou seja, definir competências de cada Ente e os recursos destinados a atendê-las. Na contramão, a proposta promove perda de até 50% na arrecadação dos municípios fundidos, considerando o que cada um recebe de FPM, separadamente. Algumas localidades terão também algum tipo de subfinanciamento dos serviços, uma vez que as cidades que irão incorporar as novas receberão aumento de receita, via FPM, proporcionalmente menor do que o aumento da sua população.
Impacto – O estudo apresenta diversos exemplos do impacto da proposta, e mostra a enorme mudança que pode ocorrer no interior do país, se a PEC for aprovada sem ajustes do texto. Além de perdas financeiras, a CNM aponta também prejuízos sociais e culturais às localidades afetadas pela proposição. A partir de quatro indicadores – finanças públicas, educação, saúde e socioeconômico –, o mapeamento analisa o padrão e a qualidade de vida dessas cidades.
Sobre o argumento de que extinção ou anexação de 22% dos Municípios brasileiros poderia trazer diminuição dos gastos da máquina pública, os dados mostram que a economia estimada com despesa administrativa e legislativa é de cerca de R$ 4 bilhões ao ano. “Definitivamente, a extinção de Municípios não é a melhor solução, pois trará enormes problemas para a população e para os gestores. Essa economia não justifica os impactos que a medida trará aos cidadãos dessas localidades”, afirma Aroldi. (Com informações da Confederação Nacional dos Municípios)
Queria ver o excrementíssimo deputado fazer as contas de quanto esses municípios gastam só com a máquina administrativa.
Somos todos a favor do fim do mecanismo
Os Estados não perdem nada, ao contrário, economizam tendo em vista os custos de manter prefeituras e vereadores em cidades queimada arrecadam. Será o fim da criação de municípios para que deputados e outros busquem os famigerados votos de cabresto.
O melhor seria mudar a constituição com diversos tipos de cidades, tais como : aldeias até 6.000 habitantes, de 6.000 até 100.000 mil habitantes seriam cidades e acima de 100 mil habitantes os chamados centros regionais . Cada um com formato diverso de eleições e número de administradores no primeiro caso que seriam vereadores. E administradores de aldeias com jetons por sessão legislativa de no máximo 5 pessoas, no segundo caso seriam vereadores com salário mínimo e jetons ir sessão e nos centros regionais seriam eleitos Conselheiros com salários compativeis com a arrecadação de tributos. Fim da re-eleição nesses níveis é assim por diante.
Pelo fim do mecanismo de corrupção que assola o país .