O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), afirmou nessa quinta-feira (20) que o Brasil “foi capturado, sequestrado, pelas corporações do serviço público”, ao comentar a pressão dessas corporações sindicais para obter aumentos que custariam mais de R$84 bilhões aos pagadores de impostos brasileiros. A informação é o portal Diário do Poder.
Ele destacou que o pagamento de até R$446 mil apenas em dezembro a um procurador da República, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta (19), “não foi um caso excepcional”. Segundo ele, isso é regra, acontece todos os anos.
O parlamentar também citou um dado capaz de revoltar a todos que pagam impostos: 80% da arrecadação tributária do governo são consumidos em salários de servidores ativos e inativos, em vez de serem aplicados no bem-estar da população.
Barros citou como exemplo os casos no Poder Judiciário. O deputado disse que cada um dos seus integrantes pode receber, em dezembro, para além do salário e do décimo-terceiro, o equivalente a dois terços dos absurdos 60 dias de férias.
“Somando tudo, os valores ultrapassam os R$150 mil para cada um, sem dificuldade”, diz ele, que recomenda aos cidadãos que pagam essas contas uma consulta ao Portal de Transparência do governo. “Está tudo lá”, diz.
Ricardo Barros fez essas declarações durante entrevista ao programa Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes. Ele contou que o presidente Jair Bolsonaro ainda não bateu o martelo sobre o reajuste salarial de servidores federais. A decisão será conhecida até amanhã, quando termina o prazo para Jair Bolsonaro sancionar o Orçamento.
O certo, segundo ele, é que está descartada a possibilidade de aumento linear para todas as categorias pela simples razão de que isso não está previsto no Orçamento da União. Há previsão apenas de R$1,7 bilhão para essa rubrica, o que representaria meio por cento de reajuste linear para todos os servidores.
O líder do governo na Câmara foi entrevistado no Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, pelos jornalistas Pedro Campos e Cláudio Humberto. (Do Diário do Poder).
Não é de hoje que Ricardo Barros apronta com servidores públicos. Tem histórico.
Antes de chegar à Câmara Federal, foi prefeito de Maringá, no Paraná, entre 1989 e 1993, é desse período uma das primeiras menções ao seu nome no Estadão. Matéria de 26 de dezembro de 1992 contava que servidores, indignados por não terem recebido o 13º salário, invadiram a prefeitura de Maringá forçando o então prefeito Ricardo Barros a fugir pela janela.
https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19921226-36228-nac-0012-cid-2-not/busca/Ricardo+Barros