Este feriado da República, 15 de Novembro, é dia de festa para o deputado Ricardo Barros – como ele fez questão de lembrar em sua página pessoal no Facebook. Três comemorações ao mesmo tempo: faz aniversário de 59 anos; lembra que foi eleito prefeito de Maringá num 15 de novembro (1988) aos 29 anos de idade; e que completa 30 anos de vida pública.
“Operador político”, como gosta de se definir, Barros é um fenômeno na categoria flex: depois de prefeito, elegeu-se sucessivamente deputado federal e perdeu uma só eleição entre as dez em que concorreu – a de 2010, quando acreditou que poderia se eleger senador e ficou em 4.º lugar disputando contra Gleisi Hoffmann e Requião (ambos eleitos) e Gustavo Fruet.
Não se abateu. No pleito seguinte, em 2014, voltou à Câmara Federal ao mesmo tempo em que impôs a mulher, Cida Borghetti, como vice na chapa de reeleição de Beto Richa, antevendo que este se candidataria a senador e ele se tornaria marido da primeira mulher a ocupar o Palácio Iguaçu. Articulou a possível reeleição de Cida; não deu certo, ela perdeu para Ratinho Jr. já no primeiro turno.
No meio a essas três décadas, elegeu o irmão Silvio prefeito de Maringá, fez dele secretário de Estado duas vezes e também por duas vezes elegeu filha Maria Victória à Assembleia Legislativa. Sem contar que a flexibilidade política – embora sempre fiel ao PP, partido do Centrão – foi capaz de ser líder de governos tão antagônicos politicamente como os do tucano Fernando Henrique Cardoso e dos petistas Lula e Dilma, além do emedebista Temer, de quem foi ministro da Saúde. E agora se prepara para, possivelmente, ter posição destacada também sob Jair Bolsonaro, do PSL, no Congresso.
Tudo com calculada frieza e imperceptíveis demonstrações de emoção. Ao longo de 30 anos.