O senador Aécio Neves, afastado das suas funções parlamentares pela 1.ª Turma do STF, tenta reverter as medidas cautelares e, ao mesmo tempo, desviar do “fogo-amigo” que sofre internamente dentro do seu próprio partido, o PSDB. O caminho encontrado pelo tucano e aliados próximos dentro da legenda são políticos contrários a Lava Jato.
A defesa informal de Aécio é encabeçada por quatro parlamentares investigados na operação: o líder do governo, Romero Jucá, alvo de 14 inquéritos; o ex-presidente do Senado Renan Calheiros, réu e investigado em 17 procedimentos; o ex-presidente da República Fernando Collor, também réu, e alvo de 5 investigações; e o senador Jader Barbalho, contra quem correm quatro inquéritos.
A defesa de Aécio pressionava para que o Senado tivesse analisado — e derrubado — as restrições na semana passada. Saiu derrotada, com o adiamento do caso, por 50 votos a 21. A bancada do PT, cuja Executiva Nacional chegou a defender o restabelecimento do mandato ao adversário político, voltou atrás e optou pelo adiamento da discussão. Na avaliação de tucanos, Aécio corria risco de derrota sem os nove votos do PT, terceira maior bancada do Senado.
Dentro do PSDB, a situação do tucano é delicada. O presidente interino da legenda, Tasso Jereissati, não se esforçou para ajudar os colegas de senado Paulo Bauer e Antonio Anastasia na defesa do mineiro. O resultado apareceu na votação que adiou a decisão. Dois dos 11 senadores do partido foram contra a orientação de bancada.