O deputado federal Alexandre Leite (DEM-SP), relator da representação contra Boca Aberta (Pros-PR) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, leu na tarde desta terça-feira (24) parecer em que pede a cassação do mandato do deputado paranaense.
Esta é a segunda vez em que Boca Aberta é julgado no Conselho de Ética pelo mesmo episódio. Desta vez, o parecer pede punição mais grave – antes, o conselho havia aprovado a suspensão por seis meses.
Em março de 2019, um ano antes do começo da pandemia, Boca Aberta entrou no Hospital São Camilo, em Jataizinho (PR), e gravou um médico dormindo – de madrugada, na sala de descanso dos funcionários, que serve para isso mesmo.
O PP apresentou duas representações contra Boca Aberta, uma delas argumentando que o deputado “adotou procedimento incompatível ao decoro ao adentrar ambiente hospitalar sem autorização, expondo pessoas em rede social”.
Em dezembro do mesmo ano, o Conselho de Ética aprovou, por 10 votos a 1, a suspensão do mandato de Boca Aberta por seis meses. Mas o deputado recorreu à CCJ, e o processo voltou ao Conselho de Ética.
Em janeiro deste ano, Boca Aberta chegou a ser preso por perturbação do sossego – mas por um outro episódio, em janeiro de 2017, quando ainda era vereador.
Em março, o relator Alexandre Leite disse na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que Boca Aberta “cometeu mais crimes durante o curso do processo no Conselho de Ética do que na própria representação em si. Incorreu em litigância clara de má-fé no Supremo Tribunal Federal, falsificou prova, falsificou um acórdão do Tribunal de Justiça e juntou no processo do Conselho de Ética, citando só dois exemplos”.
As decisões finais do Conselho de Ética seguem para votação em Plenário. (De O Antagonista).