O governo trabalha para, de forma unificada, apresentando suas contribuições finais ao Congresso para a reforma tributária na próxima semana, afirmou nesta quinta-feira (17) o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ao portal UOL.
Segundo o líder, o esforço é pela busca de soluções que envolvem ainda a desindexação de recursos para liberar espaço a um programa de distribuição de renda, e também a aprovação de um novo imposto que possibilite a desonerações da folha de pagamento.
O líder bateu na tecla da necessidade de unificação do discurso do governo, e afirmou que a nova forma de articulação envolve uma negociação prévia com a base do governo.
“É assim que temos que seguir daqui para frente com o pacote novo da reforma tributária, as novas medidas da reforma tributária que precisam ser entregues pelo governo”, disse Barros em live da Necton Investimentos.
“Estamos construindo isso para uma semana que vem”, afirmou.
Segundo o líder, as frentes de negociação levam em conta a necessidade de não sinalizar ao mercado qualquer afrouxamento fiscal, motivo pelo qual trabalha-se com a compensação de medidas.
“Se não criarmos um novo tributo, nós não teremos a desoneração da folha”, afirmou, relacionado que não se trata de aumento da carga, o que não contaria com votos entre parlamentares, mas uma substituição.
“Se não houver um novo imposto, não haverá a desoneração da folha, é simples assim. Se não houver a desindexação, não haverá recursos para o Renda Brasil.”
A ideia e que o governo trabalhe nos temas até a próxima semana para transferir ao Congresso a tarefa de tocar os temas.
“O governo vai entregar ao Congresso como suas contribuições finais, e é para isso que nós estamos trabalhando agora, até o final de semana, e tentamos abrir uma semana com isso decidido para que o Congresso tome decisões se vão ou não avançar nessas questões. Se não tem uma coisa, não tem outra “, requerido.
O deputado explicou que o governo já trabalha com uma proposta alternativa de desoneração da folha. Seria uma medida “geral” e “permanente” para reduzir a contribuição previdenciária de 20% para 10%. Ainda segundo o deputado, uma proposta isenta a contratação de trabalhadores que ganham até um salário mínimo. O parlamentar relata ainda mudanças na faixa de isenção do Imposto de Renda, que passaria ao limite de 3 mil reais.
“Esse pacote todo seria compensado pela criação de um novo imposto de transações eletrônicas“, afirmou Barros.