O Ministério Público Federal (MPF) diz que as investigações em torno da tentativa de fraude na licitação da PR-323 que envolveu o entorno do ex-governador Beto Richa na arrecadação de propinas da Odebrecht não foram concluídas. Informa que apenas dois colaboradores do esquema foram denunciados e tornados reus pelo juiz Sergio Moro – Deonilson Roldo e Jorge Theodocio Atherino -, mas outros citados poderão ter o mesmo destino.
A apuração de práticas ilícitas está abrangendo fatos precedentes e não apenas os diretamente relativos à licitação da Odebrecht. Foram encontrados muitos indícios de que condizem com a realidade as afirmações do delator Nelson Leal Jr. (ex-diretor-geral do DER) segundo as quais havia um esquema sistêmico de corrupção no governo do estado desde o início do primeiro mandato de Richa e que prosseguiram durante o segundo, mesmo após a deflagração da Operação Lava Jato.
Dos inúmeros personagens citados na denúncia e que não foram objeto da denúncia do MPF, constam:
- Beto Richa (governador)
- José Richa Filho (irmão e secretário de estado)
- Luiz Abi Antoun (operador e primo-distante)
- Ezequias Moreira (secretário de estado)
- Presidentes e/ou diretores de estatais e órgãos públicos que cobravam comissões em contratos de obras públicas (DER, Sanepar, Fomento Paraná, Receita Estadual e outras)
É possível que todos ou alguns desses nomes venham a constar da próxima denúncia do MPF, conforme sinalizado pelos próprios procuradores federais encarregados de conduzir as investigações.