Dentro de poucas horas, com o término da votação e da apuração, os brasileiros passarão a saber quem realmente é seu novo presidente. Independentemente do nome a ser consagrado pelas urnas, seja Fernando Haddad (PT), seja Jair Bolsonaro (PSL) – com mais chance para este último segundo todas as pesquisas – o novo presidente não será necessariamente aquele que se mostrou durante a campanha. Na campanha, eram esfinges a ser decifradas pelos 147 milhões de eleitores aptos
De fato, é de se perguntar se o Bolsonaro que provavelmente será eleito confirmará a partir de 1.º de janeiro, ser o “mito” disposto a botar uma arma na mão de cada cidadão como meio de acabar com a violência; de colocar na cadeia os corruptos; de não se vergar à velha política de conchavos e alianças; de encolher o Estado e privatizar tudo o que for possível; ou de pressionar a imprensa e os jornalistas que não lhe agradem. Se, eleito, dará finalmente ao povo o direito de saber o que ele realmente pensa em fazer na economia – não com as ideias esparsas e rasas que pipocou na campanha, mas com um conjunto concatenado de propostas?
São dúvidas que ele mesmo plantou durante a campanha. No início era o radical; no final, mostrou-se pouco mais moderado, embora igualmente confuso. Que Bolsonaro, afinal, provavelmente será eleito daqui a pouco?
E Haddad, se eleito, conseguirá se desvencilhar do lulopetismo em que foi batizado e crismado? A promessa de voltar “aos tempos felizes” de Lula e Dilma inclui adotar a mesma “matriz econômica” que levou o país à maior crise de sua história? Voltarão com ele para o governo os mesmos personagens ou o mesmo sistema sinistro de aparelhamento do estado e, consequentemente, de corrupção desenfreada? Afinal, será Haddad presidente de fato ou o ventríloquo da voz, do pensamento e da esperteza que ecoam a partir de uma cela da Polícia Federal em Curitiba?
Qual o presidente que os brasileiros estão elegendo?