Quando Greca abraçava Lerner e Taniguchi

Houve tempo em que formavam uma trinca poderosa: Jaime Lerner, Cassio Taniguchi e… Rafael Greca. Em 1996, Lerner era governador e Greca estava no final de sua gestão de prefeito de Curitiba. Torcia para que fosse aprovada logo a emenda que permitiria a sua reeleição – mas ela veio tarde, só foi promulgada em julho de 1997 para garantir um segundo mandato para Fernando Henrique Cardoso e, de quebra, também para Jaime Lerner em 1998.

Enterrado o sonho rafaelino, Lerner, navegando ainda nas ondas da popularidade, lançou um “poste” para suceder Greca: o então obscuro e silencioso arquiteto Cassio Taniguchi. As primeiras pesquisas indicavam apenas 3% para ele. Precisava se tornar conhecido e mostrar que tinha apoios importantes. Foi então que a produtora GW, do competente Wianey Pinheiro, bolou a primeira peça da propaganda eleitoral municipal de 1996.

Vejam neste vídeo (guardadinho nos arquivos implacáveis de José Wille) quem aparece por detrás de Lerner: um sorridente e já obeso Greca, esbanjando alegria ao erguer os braços do “japonês” que, em outubro, derrotaria o favorito, o populista radialista Carlos Xavier (PSDB).

Na eleição seguinte (2000), Rafael Greca queria ser candidato a prefeito pelo PDT. Lerner o impediu e apostou na reeleição de Taniguchi. Foi então que as relações do afilhado com o padrinho começaram a azedar até o ponto de, magoadíssimo, Rafael se afastar do grupo e se jogar nos braços do inimigo Roberto Requião, do MDB.

 

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