Quem detém informações sobre a ainda sigilosa (para o público) delação que o dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, entregou ao Ministério Público Federal (MPF) diz que o conteúdo é devastador. Envolve personalidades do andar de cima dos dois lados da praça do Centro Cívico. Os valores desviados da Educação são muito maiores do que os inicialmente estimados R$ 30 milhões. Mas o mais importante: a delação conteria detalhes assombrosos sobre como a propina transitava entre as mãos dos envolvidos.
A delação faz parte das investigações da Operação Quadro Negro, deflagrada em 2015 quando se soube que dinheiro público estadual e federal destinado à construção de escolas no Paraná serviu para, entre outras coisas, abastecer algumas campanhas eleitorais de 2014. Falsas medições de obras permitiam que recursos fossem liberados para a construtora Valor que, sem tirar os projetos do chão, repassava a grana para políticos do andar de cima.
O inquérito está nas mãos do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), por envolver figuras que com foro especial nesta instância. Entre os indiciados se encontra o governador Beto Richa.