Ouvidos na Polícia Federal de Curitiba, na semana passada, 18 dos personagens apontados pelo delator Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor, como envolvidos na recepção e distribuição de verbas que não foram (como deviam) servir para construir escolas no Paraná, o próximo passo esperado é a homologação de outra delação-bomba – a do ex-diretor da Educação Maurício Fanini, o amigo de Beto Richa que articulou o esquema da Quadro Negro.
A maioria dos intimados pela Polícia Federal faz parte do entorno do governador, desde seu chefe de Gabinete e secretário da Comunicação, Deonilson Roldo, até o secretário do Cerimonial Ezequias Moreira e outras autoridades e assessores muito próximos e com atuação no 3.º andar do Palácio Iguaçu.
A delação de Fanini foi apresentada em outubro do ano passado ao Ministério Público Federal, mas era mantida na gaveta dos procuradores porque havia outras mais importantes na fila de espera, principalmente as relativas à Operação Lava Jato.
Vencida esta etapa e com elementos novos agregados pelos interrogatórios da PF, a delação de Fanini pode agora caminhar com mais rapidez. Fontes do Contraponto informam que não está no conteúdo da delação o maior problema, mas na fixação dos benefícios que Fanini espera receber. Seriam exagerados demais.
Se a premiação chegar a termos que a PGR considere razoáveis (lembre-se que neste sentido Raquel Dodge tem sido mais rigorosa que Rodrigo Janot), o relator da Quadro Negro, ministro Luiz Fux, poderá também acelerar a homologação – e deixar o governador Beto Richa a um passo da simples condição de citado para subir à condição de investigado e reu após denúncia a ser oferecida pela PGR.
Fanini se encontra preso e este é um fator a mais para aumentar o ritmo do processo. Novidades podem surgir logo após o Carnaval.
No fim desse túnel negro a luz poderá ser o trem …