Projeto de Fruet inclui nome do físico curitibano César Lattes no Livro dos Heróis

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 1.631/22, de autoria dos ex-deputados federais Gustavo Fruet (PDT-PR) e Milton Coelho (PSB-PE), que inscreve o nome do físico curitibano Cesare Mansueto Giulio Lattes, mais conhecido como César Lattes, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília (DF). O texto pode seguir ao Senado Federal.

César Lattes descobriu, junto com outros pesquisadores, a partícula que mantém o núcleo atômico coeso. Ele nasceu no dia 11 de julho de 1924, em Curitiba. Graduou-se  na  Universidade de São Paulo (USP) em 1943, com apenas 19 anos. Era o único formado em física naquele ano. Logo após, seguiu para a Inglaterra, com o físico italiano Giuseppe Occhialini, para trabalhar no Laboratório da Universidade de Bristol, sob a direção do físico britânico, Cecil Powell, onde permaneceu entre 1944 e 1945. Juntos, descobriram uma nova partícula atômica “méson pi” (ou pion), a qual desintegra em um novo tipo de partícula, o méson um (ou muon), dando início a nova área de pesquisas, a física de partículas.

Indicações

Embora César Lattes fosse o principal pesquisador e primeiro autor do artigo que descreve o méson pi, apenas Cecil Powell foi agraciado com o Prêmio Nobel de Física, em 1950, por “seu desenvolvimento do método fotográfico de estudo dos processos nucleares e suas descobertas em relação a mésons feitas com este método”. A razão para esta aparente negligência é que a política do Comitê do Nobel, até 1960, era conceder o prêmio ao líder do grupo de pesquisa, apenas. Entre 1949 e 1954, Lattes foi indicado sete vezes ao Nobel de Física.

Em 1948, na Universidade da Califórnia, em Berkeley, conseguiu produzir artificialmente o méson, por meio da aceleração de partículas alfa no cíclotron. Em 1949, Lattes escreveu em uma carta a seu colega José Leite Lopes: “Prefiro ajudar a construir a ciência no Brasil do que ganhar um Nobel”. Nessa época fundou o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBFP) e foi o catalisador dos esforços que levaram à criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Entre 1955 e 1957 permaneceu nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, assumiu o cargo de diretor do Departamento de Física da Universidade de São Paulo. Nessa época, ingressou na Academia Brasileira de Ciências.

César Lattes faleceu em Campinas (SP) no dia 8 de março de 2005.

Plataforma

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) batizou, com o nome dele, o sistema utilizado para cadastrar cientistas, pesquisadores e estudantes. A Plataforma Lattes é uma base de dados de currículos pessoais e de instituições de todas as áreas do conhecimento. (Foto: Reprodução).

 

 

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