Em diálogos entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a procuradora da Operação Lava Jato Jerusa Viecili disse que ela e seus colegas ajudaram a eleger o presidente Jair Bolsonaro e que deveriam se desvincular dele.
“Delta, sobre a reaproximação com os jornalistas, minha opinião é de que precisamos nos desvincular do Bozo [Jair Bolsonaro], só assim os jornalistas vão novamente ver a credibilidade e apoiar a LJ [Lava Jato]”, diz a procuradora Jerusa Viecili a Deltan Dallagnol no dia 28 de março de 2019. A grafia foi mantida na forma original das mensagens.
Jerusa segue: “Temos que entender que a FT [força-tarefa] ajudou a eleger Bozo, e que, se ele atropelar a democracia, a LJ [Lava Jato] será lembrada como apoiadora. eu, pessoalmente, me preocupo muito com isso (vc sabe)”.
Na época das mensagens, o ex-juiz Sergio Moro era ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro. A procuradora afirma ainda que os procuradores teriam feito cobranças mais “fortes” no “caso Fávio” se “fosse qualquer outro político”, numa referência a denúncias que envolvem o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República.