O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A informação foi divulgada em fato relevante do banco. A instituição vem apresentando grande perda de clientes e registrar queda de desempenho e lucratividade desde que foi instruída a suspender anúncios publicitários na Rede Globo, em veículos com menos de 10 anos de existência e nas redes sociais.
No Fato Relevante anuncia que seu presidente apresentou “pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de agosto, em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado, entendendo que a Companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”, diz o comunicado.
O fato relevante também diz que Bolsonaro já aceitou o pedido de Rubens e que deve indicar outro nome para comandar o banco público.
O BB foi proibido em maio de veicular publicidade em sites, blogs, portais e redes sociais acusados de espalhar fake news. Em recurso apresentado esta semana, o banco pediu à corte de contas que reverta a decisão e afirmou que não financia fake news. Segundo a instituição financeira, a agência responsável pela publicidade foi escolhida por meio de licitação. Cabe à agência contratar plataformas e escolher os sites que vão distribuir o conteúdo, conforme os critérios preestabelecidos em cada campanha. Em outras palavras, o BB define o público-alvo, não os sites.
De acordo com a instuição, a decisão do TCU de suspender a publicidade do BB em sites e blogs, além de jornais e revistas com menos de dez anos de existência, afetou duramente o resultado da instituição financeira nas redes. As solicitações de abertura de contas digitais e os pedidos de cartão Ourocard feitos por não-correntistas caíram 30%. Esses produtos eram vendidos pela mesa de performance do banco, que vinha apresentando resultados positivos mesmo durante a pandemia. Ela foi completamente desativada depois da decisão da corte de contas.
O BB também perdeu relevância entre os usuários de internet. O alcance da instituição caiu de um público-alvo de 100 milhões para 30 milhões. Nas redes sociais do banco, as publicações, que antes chegavam a 5 milhões de usuários por campanha, despencaram para 20 mil. Entre os sites e aplicativos que se enquadram na lista de proibições impostas ao BB estão Mercado Livre, OLX, YouTube e Spotify – todos com menos de dez anos de existência.