Prefeitismo de coalizão

Assim como existe presidencialismo de coalizão, pelo qual o presidente da República loteia o poder com aliados dando-lhes cargos e feudos, pratica-se também em Curitiba uma espécie de “prefeitismo de coalizão”. O grande problema, num caso ou outro, é o governante manter os cordeis bem firmes para não perder o mando e o controle da situação.

No prefeitismo de coalizão de Rafael Greca entrou toda a turma que o apoiou na eleição. Escolhido candidato pelo nanico PMN, teve de correr atrás de siglas maiores em busca, primeiro, de tempo de televisão e, depois, para poder governar com alguma segurança de não ser atropelado nos momentos de fragilidade. Como ocorre agora com o presidente Temer, cujos aliados de primeira hora não só ameaçam ir embora como também estão dispostos passar-lhe rasteiras.

Por esse motivo, Greca montou um primeiro escalão bem dividido. De uma parte, toma conta o governador Beto Richa que, além de ter escolhido o vice Eduardo Pimentel, tem um filho, Marcelo como secretário de Esporte e Lazer. E estende os poderes do PSDB e da primeira-dama Fernanda Richa tabém para outros rincões prefeiturais. Outro quinhão foi dado ao DEM, que há anos administra a Cohab. Ao PSB do ex-prefeito e agora deputado Luciano Ducci destinou a área de saúde e meio ambiente… e assim por diante.

Graças a isso, conquistou maioria tranquila na Câmara Municipal, disposta a votar e aprovar o que o prefeito bem quiser. Os vereadores, em troca, não ficaram de fora das prebendas que os mantêm tão fieis. Ganharam administrações regionais e cargos comissionados, muitos cargos, nos quais aboletam amigos e cabos eleitorais.

O problema é quando esses grupos brigam entre si e passam por cima da autoridade do prefeito. Greca fez uma escolha pessoal ao nomear secretário da Saúde o amigo e companheiro João Carlos Baracho, mas poucos meses depois Ducci impôs ao prefeito a substituição no cargo pela enfermeira Márcia Huçulak, de sua confiança. Outras mudanças foram feitas obedecendo-se aos mesmos critérios típicos do “prefeitismo de coalizão”.

E assim caminha a gestão. Com todas as suas contradições.

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