O deputado Plauto Miró Guimarães (DEM) voltou à tribuna na sessão desta tarde da Assembleia para fazer um alerta: como primeiro-secretário da Casa por quatro anos e cumprindo agora seu oitavo mandato, ele sabe de tudo. E por isso reafirmou que, sim, há deputados “gulosos”. Disse que preserva em arquivo particular todos os atos que demonstram sua afirmação, mas eles estão disponíveis também no Portal da Transparência. Apenas tomou uma cautela: se algum documento sumir do arquivo oficial, ele tem todas as provas de que precisa caso tenha de se defender de alguma acusação.
Ele entregou à Mesa a cópia de um longo discurso escrito em que relembra o verso do poeta Gonçalves Dias: “Meninos, eu vi!”. O discurso, que ficará transcrito nos anais da Assembleia, é este:
Começo meu oitavo mandato na Assembleia Legislativa do Paraná carregando a mesma força de quando jovem ainda no primeiro, a coragem de enfrentar o segundo, a determinação do terceiro, a experiência do quarto, a tenacidade para chegar ao quinto, a coerência que me levou ao sexto e a gratidão ao povo de Ponta Grossa e dos Campos Gerais pelas sete eleições anteriores.
Não nasci ontem! Passei mais tempo da minha vida no parlamento do que em qualquer outro lugar. Também não sou um neófito! Já vi e vivi de tudo e dou graças a Deus por ter permitido cada minuto de convivência com muita gente boa preocupada com os destinos e o bem-estar de todos.
Enfrentei crises de cabeça erguida e participei de conquistas com humildade.
Falo de um tempo que nos concede experiências e não de virtudes. E posso garantir, com o testemunho dos paranaenses, que tenho compromisso com minha consciência. Não sou aventureiro e devolvo, com letras maiúsculas, qualquer insinuação de procrastinador, achacador ou senil. Os que o fazem, não me conhecem.
Posso lembrar aos que ainda nada viveram e aos que nada apreenderam, o que dizia de modo incisivo o jornalista Samuel Wainer em seus relatos: “eu estive lá”.
Nas últimas três décadas, seja na situação ou na oposição, participei da história do Paraná e, como poucos, também posso afirmar que estive lá.
É conhecida minha trajetória como deputado, nas comissões da Casa e como líder de bancada a minha busca pela coerência, sempre no mesmo partido, até chegar a ocupar a Primeira Secretaria da ALEP.
A história os jornais registram. Foi grande o trabalho que desenvolvemos para tornar a Assembleia Legislativa do Paraná transparente.
Quem comigo convive sabe do zelo, da responsabilidade em cada ato, no cuidado de cada assinatura e no enfrentamento para combater os que tentavam fazer deste parlamento algo como se fosse propriedade particular.
Meus amigos sabem o desprezo que nutro por aqueles que se afastam da missão diária de servir e optam por desrespeitar a palavra empenhada. Dizem uma coisa, e agem de modo contrário. Agindo com denodo procurei ser agente transformador, sem nunca me afastar do que conjuguei.
Democratizamos a forma de administrar, fazendo com que a Assembleia Legislativa desse oportunidades iguais a todos os deputados, respeitando a vontade popular e seguindo os princípios da boa gestão, sempre com responsabilidade e respeito ao erário. Os que se opunham a esses princípios foram afastados e não devem retornar.
Tornamos tudo transparente e público como a lei exige. O Portal da Transparência passou a ser uma ferramenta respeitada e os arquivos lá publicados, fonte de informação.
Mas de repente observei movimentos assustadores que indicavam uma temerária volta ao passado, na época em que as regras não eram cumpridas e a ética não era exercida.
Não aceito! Não jogo minha história no lixo e por isso cumpro o dever de advertir o Paraná. Pois acredito que um estado se faz com atitudes e não com jogadas de marketing. Quem alerta não quer o mal.
Torço para que o governo, cuja eleição apoiei, abrindo dissidência em meu partido, seja de esplendoroso sucesso. E para isso, a gestão que se inicia não pode começar com agentes novos repetindo erros antigos.
Para dar certo não pode permitir que “gulosos” se coloquem como os senhores da razão. O termo que cunhei recentemente em manifestação pública se refere aos que, muitas vezes, sem representatividade nas urnas, se sentem senhores dos espaços públicos e das posições políticas. Exalam a soberba pelo simples fato de estarem momentaneamente em uma posição de poder. Por vezes, uma conquista que se dá por questões circunstanciais e não por mérito.
A história e as conquistas das pessoas devem ser respeitadas. Da mesma forma, as comunidades representadas pelo agente público eleito pela vontade do voto por meio de um pleito legítimo. Esse é o grande mérito daqueles que estão Deputado Estadual.
Portanto, repito: a lei, a população e a ética não querem mais “gulosos”.
Tudo o que falei, assumo. Tenho cópias de documentos que assinei e dos pedidos administrativos que me fizeram. Os originais seguem em arquivo público, como deve ser. Fiz meu próprio arquivo para que seja possível comprovar os atos administrativos, caso, por algum motivo, em algum momento, se tente apagar a história.
Caso a história seja ameaçada, ou se tente alterar as versões dos fatos, terei como recompor a verdade. Com responsabilidade afirmo que estou vigilante, como sempre estive.
Que fique claro! Não sou um acusador, apenas me posicionei para que diante de uma possível e descabida acusação, terei como me defender.
E nesta quadra da vida, ainda gosto de ler Gonçalves Dias, em I-Juca Pirama, e repetir para mim mesmo as palavras do velho índio guerreiro:
“Assim o Timbira, coberto de glória,
Guardava a memória
Do moço guerreiro, do velho Tupi.
E à noite nas tabas, se alguém duvidava
Do que ele contava,
Tornava prudente: “MENINOS, EU VI!”.
Plauto Miró Guimarães Filho
Curitiba, 18 de fevereiro de 2019
Curioso é o fato da reação defensiva de tantos deputados que sugerem que sejam “documentos comprometedores” o Deputado não disse isso. Afirmou apenas e tão somente que possui CÓPIA de tudo, por prevenção. Mas a maldade veio da mente de quem???? Quem se irritou mesmo?
Esse plauto está se prestando ao ridículo hein
Que vergonha desses homens públicos paranaenses
Covardes incompetentes corruptos
Verdadíssima. Ridículo! Depois de tanto tempo de casa, em posições de comando, vem agora com essa baboseira “ameaçadora”. Se viu, e não era coisa boa, por que se calou e continua calado?
Viu e daí?
As interpretações são livres, por ora vejo que ele está preocupado com a saúde dos seus pares, porque eles comem demais. A gula é pecado inclusive, entretanto se ele estiver a insinuar que tem provas de crimes contra a administração pública, e estiver retardando a comunicação aos órgãos competentes, ele não estará livre de uma visitinha lá pelas 6 da manhã, que fará a busca e apreensão de tais provas
Será que está mandando aviso para chantagear ?