Depois de aprovado o projeto que prevê a obrigação de instalar fraldários, estabelecimentos privados com “grande fluxo de pessoas” veem-se agora diante de outra ameaça disparada por vereadores que não se importam muito com a carga de responsabilidades que afeta esses estabelecimentos.
A mais nova ideia está no projeto apresentado pela vereadora Maria Manfron, que prevê multa de até R$ 30 mil para shoppings, supermercados e hospitais que não instalarem mapas táteis ou painéis em braile para guiar pessoas pessoas com deficiência visual.
Quanto ao mérito, nada a criticar na iniciativa. Mas espanta a facilidade com que a Câmara cria obrigações para particulares e pouco se importa com facilidades que poderiam ser criadas se os legisladores e a administração municipal pusessem, pelo menos, um mínimo de ordem no complexo sistema de concessão de alvarás.
Bares, shoppings, escolas, lojas e até salões de manicure são constantemente punidos e têm alvarás de funcionamento cassados porque não conseguem sincronia na obtenção de laudos emitidos pelos mais variados órgãos – ora porque os Bombeiros ainda não passaram por lá, ora porque a Vigilância Sanitária não teve equipes para fazer a vistoria ou porque a Polícia Civil ainda não lhes deu aval. A falta de um simples laudo, que não dependeu da vontade dos proprietários, já é motivo suficiente para punições.
Como diz o ditado: o pior cego é aquele que não quer enxergar. Um mal que parece afetar alguns vereadores de Curitiba.
Por falar nisso, a Câmara Municipal já instalou o seu fraldário?