A maioria dos brasileiros é favorável ao isolamento social nos moldes atuais para combater o coronavírus covid-19, ao contrário do que tem defendido o presidente Jair Bolsonaro. De acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (6), 76% dos entrevistados defendem que as pessoas fiquem em casa para impedir que o vírus se espalhe, mesmo que isso signifique prejudicar a economia e causar desemprego.
Apenas 18% dos entrevistados têm a visão contrária, de que é mais importante acabar com o isolamento para estimular a economia.
O apoio à permanência em casa é maior no Nordeste, onde a popularidade de Bolsonaro é menor. São 81% os favoráveis na região, governada em sua maioria por políticos de esquerda. Já no Sul, reduto do presidente, 70% defendem que as pessoas não saiam de casa para trabalhar, menor índice entre as regiões do país.
Na mesma linha, 65% dos entrevistados acham que o comércio não essencial deve permanecer fechado, enquanto 87% dizem que as aulas devem continuar suspensas.
Os entrevistados também não parecem muito confiantes de que as restrições serão levantadas logo. Em média, eles acreditam que o isolamento social vai durar mais 29 dias. Mas eles avaliam que o ideal é que a situação atual se mantenha por um período até um pouco maior, de 32 dias em média.
A pesquisa ouviu 1.511 pessoas entre os dias 1° e 3 de abril, por telefone. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Quando começarem as falências, cortes de salários e demissões a tchurminha do “fica em casa” vai começar a entender que dinheiro não brota em árvores.