A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) divulgou nesta terça-feira (20) o resultado da 28ª edição da Sondagem Industrial – pesquisa que avalia as expectativas do setor para o ano que se inicia. O estudo também é uma ferramenta importante para que a Fiep possa conhecer as intenções, dificuldades e desafios dos empresários para apoiá-los com medidas convergentes, de acordo com as prioridades sinalizadas no estudo.
Quando perguntados sobre a expectativa de desempenho da indústria para 2024, 47% dos industriais se mostraram otimistas ou muito otimistas e 41% expressaram expectativa neutra para 2024. Este resultado está ancorado principalmente na perspectiva de crescimento das vendas (57%), na possibilidade de entrada em novos mercados (55%) e no aumento da produtividade e competitividade (48%). Já fatores como disponibilidade de mão de obra (43%), custos de produção (42%) e infraestrutura logística (41%) se apresentam como os principais entraves que podem interferir diretamente no desempenho dos negócios.
Apenas 12% dos respondentes se mostram pessimistas ou muito pessimistas. O motivo, segundo eles, são as previsões de redução nas vendas de suas empresas (80%), dificuldade com os custos totais de produção (74%) e para fazer investimentos (57%). A infraestrutura logística (54%), a questão da energia (51%), a impossibilidade de expandirem seus negócios para novos mercados (49%) e as dificuldades de encontrar mão de obra (49%) são algumas das causas apontadas por eles.
Em geral, mesmo com alguma cautela, os empresários demonstraram estar mais confiantes em relação à produtividade e competitividade (44%), com ações de PD&I (39%), investimentos (31%), disponibilidade de insumos e matérias-primas para produção (27%), com a cadeia de suprimentos (24%) e no que se refere à concorrência (19%), na comparação com a pesquisa anterior.
Na avaliação do presidente da Fiep, Edson Vasconcelos, os resultados mostram que, apesar de algumas incertezas que ainda pairam sobre o desempenho econômico do país, a indústria paranaense segue com boas perspectivas para 2024. “Muitos industriais ainda analisam o cenário com certa cautela e mantêm expectativas neutras, mas a disposição para novos investimentos mostra que a indústria do Paraná pode seguir crescendo neste ano”, afirma. “Entendemos que esse cenário pode ganhar em dinamismo se tivermos ações efetivas em prol de políticas industriais nas esferas federal, estadual e municipal, que melhorem nosso ambiente produtivo e impulsionem a competitividade das empresas. É colocando isso como prioridade que a Fiep vem pautando suas ações”, completa.
Investimentos
A boa notícia é que mesmo com intenções cautelosas para 2024, 87% dos empresários que responderam à pesquisa confirmaram disposição em fazer novos investimentos em 2024. Em torno de 30% pretendem fazer mais ou muito mais do que foi realizado em 2023. Outros 33% devem manter o nível feito em 2023. Já 24% devem reduzir os valores. E apenas 13% sinalizaram não vão investir no ano que vem.
As prioridades de investimento são em melhoria de processos, produtos ou serviços (55%), redução de custos de produção (48%) e prospecção de novos mercados (47%). Além destas prioridades, ampliação da capacidade produtiva, modelos de negócio e comercialização e programas de melhoria da qualidade da empresa também aparecem como principais intenções de investimento.
Quanto à principal fonte de financiamento, 61% afirmaram que utilizarão recursos próprios, 21% pretendem recorrer a bancos de fomento e desenvolvimento, e 12% indicaram que devem procurar bancos tradicionais.
O presidente da Fiep destaca que os investimentos são fundamentais para que as indústrias aprimorem seus processos produtivos e conquistem novos mercados. “Principalmente por termos, da porta para fora das empresas, um ambiente com muitos desafios, é essencial que as empresas aumentem sua competitividade por meio de investimentos em melhorias de processos e produtos”, diz. “Porém, para isso, é preciso melhorar as condições de crédito no país. Como mostra a pesquisa, o alto custo dos financiamentos faz com que as indústrias precisem utilizar recursos próprios, quando haveria um estímulo muito maior para investimentos se tivéssemos crédito mais barato e acessível”, conclui. (Agência Fiep).