Aos 81 anos de idade (que completa nesta quinta-feira, 13), o ex-deputado, ex-ministro e ex-secretário de estado Reinhold Stephanes está ocupando todo o tempo livre de que ainda dispõe antes de assumir, em setembro próximo, a presidência da Agepar – a gigante e sensível Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná.
Os desafios que o esperam são grandes. Vão passar pela Agepar assuntos que estão no centro das grandes polêmicas que marcaram a administração e a política paranaenses nas últimas duas décadas, como o fim dos contratos de concessão de rodovias do Anel de Integração, em 2021, e a abertura de licitação para escolha de novas concessionárias, que serão responsáveis pelos atuais 2.500 quilômetros de rodovias e outros 1.500 que entrarão na modalidade.
É da Agepar a responsabilidade de discutir modelos, definir tarifas e fiscalizar o cumprimento das novas exigências contratuais que serão impostas – e de um jeito que não caia nas mesmas armadilhas que vigoraram desde 1997, quando foi implantado o sistema de pedagiamento de estradas no Paraná.
Além do alto custo que recaiu sobre os usuários – tido como os mais altos do mundo -, o sistema deu margem à grossa corrupção investigada pela Lava Jato, cadeia para alguns empresários e gestores públicos, e ao descumprimento de metas importantes fixadas no início, como a duplicação integral das estratégicas BR-376 (Ponta Grossa-Apucarana) e BR-277, de Guarapuava a Foz do Iguaçu.
Pedágio é apenas um dos desafios que aguardam Stephanes. Há também a regulação e fiscalização do transporte rodoviário coletivo intermunicipal de passageiros e das travessias marítimas (em especial da travessia da baía de Guaratuba); a exploração e expansão da malha ferroviária; além das novas disposições criadas com a recente aprovação da nova lei do saneamento básico, isto é, dos serviços de água e esgoto.
A posse de Reinhold Stephanes será na última semana de setembro, quando termina o mandato do atual presidente, Omar Akel. Antes disso, o governador Ratinho Jr. deverá formalizar a indicação dele à Assembleia Legislativa, que fará a sabatina prévia.
O ” super” administrador Stephanes não participava do Governo do Jaime Lerner – mentor dos pedágios do PR?