PEC de deputado paranaense restringe decisões monocráticas e estabelece mandato no STF

Em razão da resistência a uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que garantiria ao Congresso Nacional o poder de revisar decisões não unânimes do Supremo Tribunal Federal, o deputado federal Paulo Martins (PL-PR) apresentou  um novo texto que estabelece mandato de nove anos para os ministros e eleva, de 35 anos para 50 anos, a idade mínima para ingresso na Corte. Martins é pré-candidato ao Senado Federal e conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, do mesmo partido.

A PEC também proíbe decisões monocráticas em matérias constitucionais. “Atualmente, os membros do Supremo Tribunal Federal têm concedido medidas liminares, monocraticamente, suspendendo a eficácia de leis ou atos normativos sob o pretexto de supostas inconstitucionalidades”, informa o parlamentar na justificativa PEC.

“Entre 2020 e 2021, em sede de controle concentrado de  constitucionalidade, houve 763 decisões colegiadas e 1.403 decisões monocráticas100, em cenário de evidente desrespeito ao texto constitucional, que consagra, no seu art. 97, a cláusula de reserva de plenário”, diz Martins.

Para a concessão de cautelares e outras decisões de qualquer natureza que suspendam, com ou sem redução de texto, a eficácia de lei ou ato normativo, seria necessário quórum mínimo de dois terços de órgão colegiado. A PEC também estabelece quatro meses de prazo para apreciação do mérito da ação.

No texto, Martins quer ainda a exclusão das entidades sindicais do rol de legitimados para propor o controle concentrado de constitucionalidade e criação de requisito extra ao exercício do direito de ação pelos partidos políticos no controle concentrado de constitucionalidade (para evitar abusos pelos partidos, como vem ocorrendo)”. De O Antagonista; foto: Pablo Valadares/Ag. Câmara).

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