A idade dos ônibus de Curitiba voltou a ser tema de discussão na Câmara Municipal. Com voz universal de pastor, o vereador Osias Moraes (PRB) descreveu experiência pessoal de andar em ônibus velho: “você tem a sensação que o ônibus vai partir. Ele passa em determinados lugares que você tem a sensação de que o ônibus não vai aguentar”, disse ele em discurso na tribuna. “Nós sabemos que nossa capital é a capital com a passagem de ônibus mais cara, de R$ 4,25”, declarou Moraes, para quem a prefeitura “tem feito um esforço muito grande” [sic] para renovar o sistema sucateado”.
A culpa seria do Tribunal de Justiça? O vereador acha que sim, pois pediu que a “a liminar concedida em 2013 às concessionárias do transporte coletivo, que as desobriga de renovar a frota seja derrubada ou que os empresários fechem um acordo”. Osias também lamentou a decisão do TJ que suspendeu a redução da tarifa técnica (valor repassado por passageiro às empresas) em R$ 0,24.”
Dos 1.656 veículos, 426 circulam há dez anos ou mais e já deveriam ter sido substituídos. Até o final de 2017, o número chegará a 529. “Ônibus velho, pegando fogo, caindo porta, ônibus que não dá condição do motorista exercer 100% de seu profissionalismo” afastam os usuários do sistema. Com menos passageiros pagantes, a tendência é que a tarifa aumente ainda mais, alertou.
Um aviso ao vereador Osias: o TJ só julga quando provocado. Não toma iniciativa. Tudo depende de uma resolução das partes, seja pela continuidade da ação, seja por acordo entre elas. E é isto que não aconteceu até agora, 10 meses depois do início da gestão que prometeu renovar a frota. Enquanto isso, o povo paga tarifa de ônibus novo mas anda em ônibus velho.