Parlamentares da bancada federal paranaense comentaram, de forma crítica, o compartilhamento – pelo presidente Jair Bolsonaro – de vídeos de divulgação de um ato em apoio ao governo e em protesto contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) marcado para o dia 15 de março. A maioria dos deputados e senadores que se manifestou publicamente criticou a atitude de Bolsonaro, apontando que ele estaria ajudando a insuflar a população contra o Legislativo e o Judiciário. Alguns aliados do presidente minimizaram o ato de Bolsonaro, defendendo as manifestações e negando que o protesto tenha caráter antidemocrático. O levantamento das opiniões é da redação do jornal Bem Paraná.
“Convocar um ato contra o Congresso é um atentado ao povo, à democracia e à Constituição brasileira. É algo gravíssimo e com precedentes apenas no período sombrio da ditadura. Assim como o presidente, nós parlamentares fomos democraticamente eleitos e merecemos respeito”, comentou o deputado federal e ex-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, do PSB (foto)
“Se confirmado, inédito da parte de um presidente e um caminho de confronto sem precedentes. Muito além de qualquer crítica por mais firme que pudesse ser contra o Congresso e STF. O silêncio e a omissão serão os piores caminhos”, avaliou o deputado federal e também ex-prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT).
O líder do PT na Câmara, deputado federal Ênio Verri, afirmou que é inadmissível que o presidente Bolsonaro defenda manifestação pedindo o fechamento do Congresso Nacional. “Ao convocar manifestação pedindo o fechamento do Congresso Nacional, Bolsonaro não deixa mais dúvidas quanto ao caráter autoritário e ditatorial. Suprimir a democracia é acabar com o direito que todo cidadão tem de expressar suas ideias e propor políticas para o País”, disse. “Toda a sociedade está sendo agredida e deve se levantar contra mais esse atentado cometido por Bolsonaro, que não tem qualificação para o cargo”, defendeu. Segundo ele, o PT, junto com outros partidos de oposição, “avalia quais providências adotar, tanto internamente na Câmara, como no STF”.
O senador Alvaro Dias (Podemos) afirmou ser favorável à manutenção do veto do presidente e disse que a população tem todo o direito de criticar os parlamentares que não agem de acordo com o que ela pensa, mas afirmou ser contrário a protestos contra o Congresso como instituição. “Critiquem aqueles que merecem a crítica. A instituição não merece. Não cabe a ninguém, muito menos a um presidente da República estimular manifestações contra o Congresso. Porque trata-se de estimular manifestações contra a democracia. Nós não podemos concordar com isso”, disse Alvaro.
“É dever de todos a começar das principais autoridades o respeito as instituições democráticas. Protestar é legítimo, agora autoridade que deveria respeitar e fazer respeitar a Constituição Federal, não”, afirmou o deputado federal Rubens Bueno, do Cidadania (foto).
Aliado de Bolsonaro, o deputado Filipe Barros (PSL) foi um dos poucos a sair em defesa do presidente. “Para barrar as mudanças promovidas pelo presidente mais popular da história querem fabricar impeachment com base em mensagem de zap. A nova esquerda não perde a chance de passar vergonha”, criticou ele, que compartilhou publicação de Bolsonaro que chamou de “tentativas rasteiras de tumultuar a República” as interpretações sobre ele ter compartilhado o vídeo. O deputado comparou a repercussão do caso ao episódio das manifestações de 26 de maio de 2019, contra as quais, segundo ele, “a nova esquerda em conluio com parcela da imprensa diziam que seriam manifestações “anti democráticas”. Acontece a mesmíssima estratégia agora. Eles querem impedir a população de ir às ruas apoiar o Presidente”, afirmou.
Também aliado de Bolsonaro, o deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSC), não chegou a defender, nem criticar o presidente por compartilhar os vídeos convocando a manifestação do dia 15. “Muitas pessoas perguntam se sou favorável ao fechamento do Congresso. Digo enfaticamente que não. Isso já ocorreu algumas vezes e a situação só piorou. O Congresso é instrumento da população e esta não pode abrir mão deste instrumento por causa de membros que não correspondem”, afirmou o parlamentar. (Do Bem Paraná).
Os nobres deputados deveriam trabalhar pelo Brasil e não pelo bolso deles.
O Lula sempre disse que haviam 300 ladrões na Câmara.
Claro…estão defendendo o indefensável….Legislativo não tem a função de executar orçamento. Estão é querendo irrigar suas bases para as próximas eleições….picaretas mesmo.
Verdade, não se há de confundir os favoráveis aos 30 bilhões para capilé eleitoral com o Congresso; a esses nosso repúdio sem perdão, não é deputados e senadores safados?