Osmar nas redes e na oposição

Solitário na posição de único candidato de oposição ao grupo político do governador Beto Richa, o ex-senador Osmar Dias começa a se expor mais nas redes sociais – algo de que não se valia desde sua última campanha, em 2010. Nesta sexta-feira ele usou as redes sociais para avisar que está nas redes sociais! Agora tem um site, página no Facebook e perfil no Twitter, que promete usar com frequência para agregar sugestões e ouvir críticas dos eleitores.

Antes imerso em dúvidas e acossado por convites para integrar alianças com as quais não simpatiza, Osmar agora que se mostrar como candidato de oposição ao atual governo. Coleciona atos, atitudes e políticas administrativas com as quais não concorda, enquanto começa a delinear propostas de gestão e ideias para enfrentar o caos financeiro e de gestão que vai encontrar caso seja eleito. Diz que ainda não é hora de gastar toda munição que já tem guardada, mas que será gradativamente conhecida e clareada nas ferramentas de internet que passará a usar.

O quadro da sucessão está mudando. Dois dos potenciais adversários com que provavelmente teria de se confrontar começam a sentir efeitos de progressivo esvaziamento – casos do deputado Ratinho Jr. (PSD) e do senador Roberto Requião (MDB).

Ratinho, embora figurando nas pesquisas mais recentes em primeiro lugar, pode ser tentado a desistir da disputa ao Palácio Iguaçu em razão da sobreposição de seu nome ao de outra candidatura governista, representada pela vice-governadora Cida Borghetti. O marido da vice, o operante ministro Ricardo Barros, trabalha para cooptá-lo para ser candidato a senador na chapa de Cida ou dele mesmo, caso resolva ele próprio ser o candidato (como se propala e ele confirma). Nesta hipótese, Cida seria candidata a uma cadeira de deputada federal.

Beto Richa também estaria trabalhando para que Ratinho Jr. renuncie à ideia de ser candidato a senador (veja aqui) para que não haja divisão no seu grupo político. Beto e Ratinho formariam a dupla de candidatos ao Senado na chapa de Cida (ou de Ricardo Barros).

Requião é outro caso de possível declínio quanto à suposta ambição que teria de se lançar candidato ao quarto mandato de governador do estado. Seria forte concorrente caso Lula viesse a disputar a presidência da República, uma possibilidade que ficou distante após a condenação do ex-presidente à prisão. A ausência de Lula tende a dispersar as correntes de esquerda que poderiam marchar em favor de Requião. Com isso, deve refluir seus planos e voltar a focar apenas na reeleição ao Senado.

Com isso, restarão no cenário mais factível os nomes de Osmar, que provavelmente se manterá no PDT, e um candidato governista – Cida ou Ricardo Barros.

Não significa que a eleição ficou mais fácil para Osmar. Talvez até pelo contrário. Exatamente porque a união das forças governistas tem exatamente este objetivo: não permitir que um “estranho” quebre a hegemonia conquistada desde a primeira eleição de Beto Richa, em 2010.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui