O ex-governador Beto Richa demonstrou ao longo de seu governo particular interesse por assuntos imobiliários. Um deles foi tornado público nesta sexta-feira (27) quando o STJ levantou o sigilo e remeteu para o Ministério Público Estadual de Campina Grande do Sul um inquérito que apura possível irregularidade num decreto assinado por Beto em 2014 e que teria permitido multiplicar por 17 vezes, num prazo de apenas quatro anos, o valor de uma área próxima à fábrica da Renault, à beira da BR-277.
A “mágica” que propiciou a incrível valorização está contida no decreto 11.660 que o governador assinou em 15 de julho de 2014 fazendo convenientes mudanças no zoneamento de uma APA (Área de Proteção Ambiental) no município de Quatro Barras de tal forma que num imóvel que deveria ficar intocável por ser muito próximo à represa do rio Iraí, que abastece Curitiba, se poderia a partir de então construir estruturas com destinação logística.
Pronto: uma área que não valia quase nada passava a valer ouro.O imóvel de 730 mil metros quadrados foi comprado em 2010 pelos irmãos Tolardo, donos do grupo TGA de transportes e serviços logísticos, por R$ 1.461.000,00, aproximadamente a R$ 2,00 o metro quadrado. Um dos irmãos, Loreno, era na época prefeito de Quatro Barras. Eles fizeram um ótimo negócio. Bastou-lhes esperar quatro anos para que arranjassem um negócio de venda do mesmo imóvel por R$ 25 milhões!
A valorização se deu graças ao decreto, pois no local o comprador pôde construir uma estrutura que hoje é alugado à indústria Renault, situada logo em frente, que a usa como depósitos.Os irmãos Tolardo certamente sabiam o que estavam fazendo, já que se dispuseram a fazer generosas doações para a campanha de reeleição de Beto Richa. Oficialmente, segundo consta dos registros do TSE, as doações somaram R$ 800 mil (veja tabela ao lado), mas, segundo o corretor imobiliário que denunciou os fatos ao Ministério Público, Paulo Victor de Junqueira da Cunha, eles teriam destinado um total de R$ 5 milhões à candidatura.
Digamos que tenha sido apenas uma retribuição pela boa vontade demonstrada pelo governador em assinar o decreto. O caso foi parar no STJ, sob a relatoria do ministro Jorge Mussi, em razão da prerrogativa de foro de que o governador Beto Richa gozava, mas mal saído do Palácio Iguaçu a Procuradoria Geral da República (PGR) requereu que o processo fosse conduzido pelos promotores da primeira instância da comarca de Campina Grande do Sul (à qual pertence o município de Quatro Barras).
É o que dá virar cidadão comum.
Se investigar um pouco mais vai aparecer o Presidente do IAP e um tecnico que ja tinha participado em outras mutretas,,, Este Tecnico foi preso com 750 mil em casa…o modus operandi é igual aquela área do litoral….
Faz jus ao sobrenome. É um grande negociante.