O velho do espelho
Por acaso, surpreendo-me no espelho: quem é esse
Que me olha e é tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto…é cada vez menos estranho…
Meu Deus, Meu Deus…Parece
Meu velho pai – que já morreu!
Como pude ficarmos assim?
Nosso olhar – duro – interroga:
“O que fizeste de mim?!”
Eu, Pai?! Tu é que me invadiste,
Lentamente, ruga a ruga…Que importa? Eu sou, ainda,
Aquele mesmo menino teimoso de sempre
E os teus planos enfim lá se foram por terra.
Mas sei que vi, um dia – a longa, a inútil guerra!-
Vi sorrir, nesses cansados olhos, um orgulho triste…
Mário Quintana
Hoje completo 70 anos e é inevitável fazer uma analogia com a idade que meu pai tinha ao morrer. Ele faleceu doze dias antes de chegar aos 42 e para mim era velho.
Não sei se meus filhos pensam o mesmo de mim, mas me parece que hoje é diferente. Tenho uma foto dele bem aqui na sala onde escrevo e quando dou uma olhada vejo um senhor austero, bem menos jovial de como me enxergo. Acho que meu espelho é mais generoso do que o do Mario Quintana.
Uma das minhas filhas me disse hoje que “os 70 são os novos 50”. Talvez seja conveniente concordar. Minha mulher postou no Facebook um artigo que a Lya Luft escreveu quando completou 70 e acho que ela resume bem o que penso.
Tendo dito isso, espero que meus leitores entendam porque hoje as postagens estão mais escassas.
A desculpa é meio fraca, mas espero que ninguém tenha coragem de contrariar um idoso de 70.
Prezado Gérson, para mim que me encontro há apenas 5 anos dos 70 verões e se Ele permitir eu alcançar tal desidério, confesso que ficarei feliz porque certamente estarei alcançando a maturidade, buscando o conhecimento, desfrutando de boas lembranças para contar aos filhos e netos, contar estórias e causos e lembrar fatos históricos, escrever livros que possam alegrar ou emocionar pessoas, de certa forma tal como vc e seu blog ” e tudo acabou em sfiha”, algo que sei o faz feliz e vc se diverte seguramente.
O conheci em 1989, participamos do lendário terceiro governo do Jaime, concordamos, discordamos, lutamos e seguramente vencemos e tivemos um aprendizado fantástico que nos transformou em verdadeiros gestores da coisa pública. Eu tive meu pai até os 11 anos de idade ele partiu prematuramente aos 39 anos, seu pai aos 42, mas sei que onde eles estiverem que meus irmãos e eu, vc é os seus honramos os nomes que herdamos. Portanto os Setenta anos que hoje completa é um presente divino porque nos permite ver nossa descendência , ver o mundo em transformações rápidas e definitivas,nós Gérson estamos vivendo um momento ímpar, diferenciado e que sei no de hoje, amanhã e depois, um tempo de felicidades que só se alcança aos 70. Parabéns !