Os franceses, as mulheres e nós (II)

(Por Ruth Bolognese )  –  Ninguém há de contestar que o engenheiro Rafael Greca e a jornalista Margarita Sansone foram feitos um para o outro. A sintonia fina que os une extrapolou todas as fronteiras, se espalhou por Curitiba e arredores, pairou sobre a chácara São Rafael e se consolidou na prefeitura, quando ambos se tornaram, pela primeira vez e simultaneamente, prefeitos de Curitiba.

Contam que, naquela época, final dos anos 90, Margarita transformou o gabinete na Sala do Trono, que era vigiada por uma Guarda Pretoriana maior do que a Guarda Pontifícia do Vaticano. Exigiu almoços e jantares diários do Ile de France, garçons falando francês e música dos Três Tenores, ao vivo.

Mandou banhar em banheiras vitorianas, com sais perfumados, todos os moradores de rua de Curitiba e ao menor deslize dos lacaios, quer dizer, dos servidores públicos, obrigava-os a se  abaixarem e repetirem o mantra do filme do Hércules: “somos todos vermes, vermes inúteis…”

No final do primeiro  mandato, Margarita e Rafael estavam tão afetivamente ligados  ao poder que deixaram a prefeitura agarrados aos sofás, cadeiras, armários e outros objetos antigos e valiosos que hoje podem ser facilmente localizados na Chácara São Rafael.

Ao contrário dos franceses, que cobram do Governo Macron a exata definição do papel da primeira dama Brigitte, 24 anos mais velha do que ele,  os curitibanos jamais  perguntaram o que fazia Margarita ou que que fazia Rafael, ou vice-versa. Simplesmente porque nunca conseguiram saber exatamente quem era Rafael ou quem era Margarita.

Amanhã: Margarita no segundo mandato de Greca. E depois, Márcia Fruet

 

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