(por Ruth Bolognese) – Ainda restam dúvidas crueis sobre a composição dos assentos na segunda mesa mais importante do Paraná, a da Assembleia. A primeira, lógico, é a do palácio Iguaçu.
O atual presidente, Ademar Traiano, luta para permanecer no cargo. Acredita que o amor que devotou à candidatura de Ratinho Jr ao governo – contrariando a decisão do seu partido, o PSDB, de integrar a aliança de Cida Borghetti – lhe dá cacife para se manter na presidência da Assembleia.
Não é bem assim. Ratinho é sensível a dossiês. Foi por causa de um desses dossiês, que dizia respeito somente à vida empresarial de Edson Campagnolo, presidente da Fiep, que Ratinho descumpriu o acordo de tê-lo como seu candidato a vice-governador. No caso de Traiano há mais do que dossiês – há delações que o envolvem nos malfeitos apurados pela Operação Quadro Negro. Seria beneficiário de repasses feitos com dinheiro com que o governo deveria construir escolas.
A se confirmarem as delações premiadas e homologadas pelo Ministério Público, no âmbito da Operação, deverá ocorrer uma troca total no cenário atual. O deputado Luiz Claudio Romanelli está à postos e pode ter a companhia de seu colega, Alexandre Curi, ambos do PSB.
Como acontece nestes estranhos tempos em que vivemos, a eleição para a Mesa Diretora da Casa do Povo, um dos mais importantes fatos da gestão que se inicia, depende muito mais de fatores externos do que da decisão dos 54 deputados eleitos em outubro.