Os “amigos” que complicam a vida dos presidentes

O ex-presidente Lula e o atual, Michel Temer, têm amigos que bem esquisitos. No caso de Lula, ele se complica ao afirmar, por exemplo, que o sítio de Atibaia não é dele, é de um amigo. Outros amigos pagaram as reformas. Temer tem o coronel Lima, por cujas mãos aparecem dinheiros estranhos usados para reforma da casa da filha do presidente. Agora chegou a vez de Bolsonaro, que também tem um amigo, Fabrício Queiroz, motorista do filho deputado Flávio Bolsonaro, que anda fazendo depósitos na conta da mulher dele e movimentando pequenas fortunas. Bolsonaro diz que faz tempo que não tem contatos com Fabrício.

Tudo começou com um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que indicou que sete servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizaram transferências para a conta de Fabrício José Carlos de Queiroz. Como o ex-motorista, que trabalhou dez anos para o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), os servidores também passaram pelo gabinete do então deputado estadual.

O Coaf será subordinado ao super ministério da Justiça, a ser ocupado pelo ex-juiz Sergio Moro, a quem Bolsonaro determinou que investigasse e punisse até mesmo ministros suspeitos de cometer delitos. No caso do Onix Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil que confessou ter recebido doações ilegais da JBS, Moro já desculpou. A pergunta é: se até a posse o caso do “amigo” Fabrício não for esclarecido, Moro vai continuar a investigação ainda que isto possa complicar seu chefe, o presidente eleito?

Entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017, os funcionários de Flávio Bolsonaro transferiram R$ 116.556 para Fabrício. Informações anteriores do Coaf já haviam revelado que o ex-motorista movimentou mais de R$ 1,2 milhão no mesmo período. Além disso, ele fez 176 saques, todos abaixo de R$ 10 mil, valor de alerta automático do Coaf às autoridades. As transações incluem um cheque de R$ 24 mil reais para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro, ex-servidora do gabinete do presidente eleito Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.

Jair Bolsonaro alegou que os R$ 24 mil são parte de um empréstimo que ele fez para Fabrício, que totalizaria R$ 40 mil reais. Sobre o pagamento ter sido feito à Michelle, e não ao próprio Bolsonaro, afirmou: “Foi para a conta da minha esposa, porque eu não tenho tempo de sair”. Ele confirmou que não declarou o montante emprestado à Receita Federal. “Se eu errei, arco com as minhas responsabilidades perante ao Fisco, sem problema nenhum”.

Quanto às movimentações milionárias, se limitou a dizer que interrompeu o contato com o então amigo e aguarda explicações. “Eu espero que esse processo, uma vez instaurado, ele se explique. Nada além disso”, disse.

Para o Coaf, a situação configura uma “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira”. Além de Fabrício, são citados nos relatórios as filhas dele, que também trabalharam em gabinetes da família Bolsonaro.

O ex-motorista era próximo da família Bolsonaro, e aparece em várias fotos de eventos como churrascos e jogos de futebol. Eduardo Bolsonaro afirmou neste sábado (08), durante a primeira Cúpula Conservadora das Américas em Foz do Iguaçu (PR), que “às vezes ocorre de emprestar dinheiro” e que política e amizade “acabam se misturando”.

Flávio afirmou à imprensa na última sexta-feira (7) que ouviu de Fabrício uma explicação “bastante plausível” para a movimentação milionária, e que o ex-servidor está à disposição para esclarecimentos ao Ministério Público Federal. O senador eleito alegou ainda que “está com a consciência tranquila”.

3 COMENTÁRIOS

  1. Eduardo Pereira matou a pau falando tudo, o caso Temer é diferente tem todas as provas contra ele principalmente o caso do Porto de Santos, já a família Bolsonaro foi pega em flagrante e Lula o que tem contra ele suposições de um apartamento sem escritura e sem registro de imóveis em seu nome, não forcem contra Lula já que o Mico de vocês já esta grande demais e já já vão perder o controle sobre ele.

  2. “No caso de Lula, ele se complica ao afirmar, por exemplo, que o sítio de Atibaia não é dele, é de um amigo.”

    Se complica com quem , cara pálida? Com o moro? Que agora esta no governo por ter impedido quem iria derrotar o terrorista que lhe deu o emprego , de participar na eleição? Com a mídia que acoberta o zapgate? Com o ContraPonto que lê antagonista?

    De novo falta combinar com as provas. O “amigo” do Lula, foi dos primeiros, se não o primeiro prefeito eleito pelo PT e é amigo do Lula de décadas. E o sitio é dele conforme ele mesmo já declarou. E, por incrível que possa parecer, é o que consta no Registro de Imóveis. Do mesmo jeito que o “triprex”, o sitio é mais uma invenção.

    Dito isso vamos ao principal: to esperando de verdade a coragem desta imprensa corcunda, que pelo vicio de se curvar aos poderosos , adquiriu um desvio na coluna, a atitude de chamar o terrorista pelo seu verdadeiro nome: PILANTRA e ESTELIONATÁRIO Eleitoral .

    Espero este tipo de “indicio” contra o Lula ate hoje. E só vejo aparecer informações contra quem apontou o dedo.

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