O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não conseguiu responder com clareza a perguntas do senador Oriovisto Guimarães: para que servirá o Coaf (agora UIF) no Banco Central enquanto estiver valendo a decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, de proibir o uso de dados sem prévia autorização judicial? O que o BC fará com a montoeira de dados que recolhe todos os dias sobre movimentações financeiras?
As perguntas foram feitas durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça-feira (27). Campos confessou que não sabe ainda o que fazer com os dados gerados pelo UIF (Unidade de Inteligência Financeira), mas que vai ter uma conversa com Toffoli para saber exatamente quais são seus limites.
Enquanto isso, o presidente do Banco Central prometeu que vai trabalhar para aperfeiçoar a estrutura do órgão, mas torná-lo mais eficiente e autônomo, livre de injunções políticas.
No último dia 20, o governo publicou uma medida provisória (MP 893) com a mudança do nome de Coaf para UIF e transferiu a instituição para a tutela do Banco Central. Antes a Coaf estava no ministério da Justiça e era encarado pelo ministro Sergio Moro como peça vital no projeto de combate à lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros.