— Eu só assinava no final. O órgão que cuidava das licitações era subordinado ao subsecretário Hudson Braga. Eu tinha confiança plena nos técnicos abaixo de mim.
A resposta foi dada pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, ao juiz Marcelo Bretas, durante interrogatório em que o magistrado quis saber se ele, Pezão, tinha conhecimento de pedidos de propina nas obras do Maracanã.
Pezão negou ter conhecimento: “apenas assinava” os documentos relativos a editais, licitações e contratação de empresas.
O governador do Paraná, Beto Richa, disse mais ou menos a mesma coisa em entrevista à imprensa quando se soube da homologação pelo STF da delação do dono da Valor, Eduardo Lopes de Souza, no âmbito da Operação Quadro Negro.
Segundo Richa, ele só assinou no mesmo dia seis aditivos favorecendo a construtora depois que 11 instâncias inferiores tinham examinado e julgado regulares todos os atos. Só depois é que ele soube dos desvios praticados pelos criminosos, dentre os quais (ou principalmente) o seu amigo de viagens Maurício Fanini.