Moradores e turistas que transitam entre Matinhos e Guaratuba já notam uma intensa movimentação de trabalhadores, guindastes e embarcações na Baía de Guaratuba devido às obras da ponte que ligará as duas cidades de forma definitiva. Orçada em R$ 386,9 milhões, a construção se aproxima dos 7% de execução do cronograma estipulado no contrato assinado pelo Governo do Estado com o Consórcio Nova Ponte, contratado via licitação com prazo de 24 meses para a conclusão do serviço.
Desde a emissão da Licença de Instalação pelo Instituto Água e Terra (IAT) e assinatura da ordem de serviço para início dos trabalhos na baía pelo governador Ratinho Junior, no dia 30 de abril, o número de funcionários trabalhando mais do que dobrou, passando de 100 para 205. No ápice da obra, a estimativa do Consórcio é de que até 600 profissionais atuem nas diversas frentes de trabalho simultaneamente.
Fundação
Atualmente, os esforços estão concentrados na fase de fundação, com a confecção das estacas e vigas de concreto pré-moldado que servirão de sustentação para o restante da estrutura, que terá 1.244 metros de extensão.
No total, 64 estacas que pesam em média 470 toneladas serão fixadas ao longo do percurso, a maior parte dentro da água. O material para a produção das grandes peças de infraestrutura é produzido em uma usina de concreto montada na cabeceira da futura ponte do lado de Guaratuba, ao lado do desembarque do ferry boat, de onde é possível ver os enormes guindastes operando diariamente.
No canteiro de obras também há trabalhadores dedicados à montagem de peças metálicas que servem de molde para a concretagem das estacas e à fabricação das vigas pré-montadas que compõem a base da nova ponte. Cada peça demanda cerca de 40 a 50 metros cúbicos de concreto, pesando entre 75 e 85 toneladas após prontas. O transporte delas ao longo da baía será feito por treliças lançadeiras, que são grandes equipamentos metálicos muito comuns na construção civil para a movimentação de grandes estruturas.
Há ainda funcionários focados no transporte e manutenção da perfuratriz utilizada para abrir o espaço necessário entre as rochas onde as estacas serão fixadas. Segundo Araújo, o processo de perfuração é complexo por envolver vários tipos de rochas. “Na primeira estaca a perfuratriz avançou cerca de 50 centímetros por hora, demorando cerca de três dias para a conclusão do serviço, mas cada uma será instalada em um solo com rochas diferentes, então esse tempo pode variar”, relatou. (AEN; Foto: Gabriel Rosa/AEN).