OAB entra na luta contra o auxílio-moradia

Pipocam denúncias contra privilégios gozados pelos membros do Judiciário. Não são poupados personagens até há pouco considerados acima do bem e do mal, como os juízes Marcelo Bretas e Sergio Moro, os dois herois da Lava Jato, sobre os quais se revelou serem beneficiários do legal – porém imoral – auxílio moradia, embora sejam donos das casas onde moram. O procurador federal, chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, enquadra-se também como detentor do privilégio.

A grande imprensa brasileira que deu claro apoio à atuação deles por sua rigorosa postura no combate à corrupção sistêmica no país, responsável, entre outros feitos, por ter levado um ex-presidente da República à condenação à prisão, também não perdoa: dirige agora a metralhadora das letrinhas ao combate aos privilégios com que contam não somente os membros da magistratura, mas também parlamentares e outras castas de servidores.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pela voz do seu presidente nacional, Carlos Lamachia, também entrou na linha de combate: “A OAB tem posição muito clara e transparente no que diz respeito à implementação do teto constitucional. É inadmissível que a Constituição seja desrespeitada”, disse ele num momento de tiroteio.

O site da Aparte, da Paraíba, assinado pelo jornalista Arimatéa Souza, resumiu a lambança toda neste texto enviado ao Contraponto pelo respeitado advogado de Curitiba José Lúcio Glomb, ex-presidente da OAB/PR e membro do Conselho Federal da Ordem. Glomb se notabilizou, anos atrás, por liderar o movimento “O Paraná que queremos” contra corrupção em esferas estaduais.

Uma voz se levantou

Em tempos pré-carnavalescos, passou sem muito destaque o recente pronunciamento do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Cláudio Lamachia, sobre alguns de nossos problemas (ou seriam desafios?) que estão na ordem do dia.

Missão…

Inicialmente, o dirigente da Ordem sublinhou que não faz sentido, nem é consequente, colocar inteiramente na conta do Judiciário o trabalho de punição à carcomida classe política nacional. …

Coletiva

“É um grande desafio não apenas para o Judiciário, mas para todos nós cidadãos. A Constituição diz que o poder emana do povo. Eduardo Cunha, Paulo Maluf e tantos outros chegaram onde chegaram por voto popular, por escolhas nossas”, pontuou o presidente da OAB.

Falhas

“Temos feito escolhas muitas vezes equivocadas. O voto não tem preço, voto tem consequência, e as consequências de uma escolha mal feita é essa crise ética que vivemos”, alertou.

Intolerável

No tocante ao indigerível (e indiscriminado) auxílio moradia para toda a magistratura, Lamachia afirmou que “a OAB tem posição muito clara e transparente no que diz respeito à implementação do teto constitucional. É inadmissível que a Constituição seja desrespeitada”.

Dever de casa

O presidente da OAB igualmente mandou um recado à cúpula da Justiça: “Antes de botar luzes na política, tem que fazer luz na Justiça de primeiro grau. Cidadãos que estão na ponta, numa longínqua cidade do interior, muitas vezes se veem tolhidos de acessar a Justiça”.

Faca na melancia

Na sua edição deste domingo, o jornal Folha de São Paulo relata que quase metade dos juízes da cidade de São Paulo que recebem auxílio-moradia dos cofres públicos tem casa própria na capital do Estado.

Imobiliária

O destaque é o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo José Antonio de Paula Santos Neto, que tem 60 imóveis registrados em seu nome na base do IPTU.

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