O vaivém da tarifa técnica (2)

A tarifa técnica mais baixa determinada pelo Tribunal de Contas, de R$ 3,80, aumenta a margem de “lucro” da Urbs, a empresa municipal que gerencia o transporte coletivo de Curitiba. A margem que fica com a Urbs passa agora para 45 centavos – a diferença para os R$ 4,25 que cada passageiro paga quando faz rodar a catraca.

Quando Greca aumentou a passagem do usuário para R$ 4,25, aumentou também a tarifa que remunera as empresas para R$ 3,98. Com os 27 centavos que sobravam, o prefeito imaginava fazer caixa para comprar ônibus novos e recolher os 300 velhos que estão com data de validade vencida (10 anos).

Agora, vai ficar com 45 centavos, o que, em tese, poderia não só comprar veículos novos como, também, implementar outras melhorias no decadente sistema do transporte curitibano.

Não vai acontecer nada. Primeiro, porque é obrigação das empresas comprarem ônibus novos e não da prefeitura. Elas já avisavam ser impossível renovar a frota com a tarifa que recebiam, fato reconhecido pela Justiça, que as desobrigou de cumprir a cláusula de substituição constante do contrato de concessão.

Assim, ainda que o fundo municipal do transporte aumente seu caixa, não se sabe o que fazer com a sobra, já que o dinheiro é público e não pode ser gasto com veículos que passam a integrar o patrimônio das empresas.

Resumo da ópera: o curitibano paga muito mais do que deve e só vê piorar o transporte coletivo que usa.

Tudo muito ao contrário do que ouviu durante toda a campanha eleitoral, conforme documentado no vídeo da propaganda no horário gratuito.

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