O silêncio do PSDB sobre as desventuras de Beto Richa

(por Ruth Bolognese) – Ainda lá na reeleição para prefeito de Curitiba, o ex-ministro Euclides Scalco (foto), que havia sido coordenador da campanha, reuniu-se com Beto Richa e impôs uma condição: só permaneceria junto a ele se o agora conhecido como “primo distante”, Luiz Abi Antoun, fosse afastado.

Beto Richa não atendeu o pedido do padrinho de casamento e aliado histórico do pai, José Richa, e nunca mais se falaram. A trajetória política vitoriosa de Beto Richa levou-o ao Palácio Iguaçu e o “primo distante” só apareceu no final do primeiro mandato, depois de denúncias cobre contratação de oficinas mecânicas para os carros oficiais do Governo. Nada que tenha atrapalhado a reeleição.

Apontado como uma das jovens lideranças do PSDB, com futuro brilhante pela frente, a cotação de Beto Richa poderia ter subido muito mais com a hecatombe que acabou com a carreira do mineiro e eterno presidenciável, Aécio Neves. Mas, por falta de vocação, por incompetência ou por preguiça mesmo, o fato é que o ex-governador paranaense nunca conseguiu se impor nacionalmente. Não se tornou, como o pai, uma liderança política no Sul.

Mesmo assim, com os tucanos bicando qualquer alternativa para fugir de Geraldo Alckmin e José Serra, o paranaense poderia a essas alturas ser uma opção para uma candidatura à vice-presidência, por exemplo. Ou como senador eleito, ocupar um ministério num governo de alianças que virá a partir de outubro.

Não vai acontecer. As denúncias que o cercam, o flagrante delito de Deonilson Roldo na tentativa de manipular uma licitação pública de R$ 7 bilhões e a pá de cal do juiz Sérgio Moro mandando a Polícia Federal e o Ministério Público investigar tudo sobre as relações da  Odebrecht com o governo Richa, deixam o tucano paranaense sem saída.

O silêncio do PSDB nacional neste final de semana do dia dedicado às mães sobre as desventuras de Beto Richa é ensurdecedor e pragmático. Se tivesse dado mais atenção aos conselhos do padrinho de casamento, talvez o desfecho fosse outro, mais tranquilo e favorável.

4 COMENTÁRIOS

  1. Entre Euclides Girolamo Scalco, (detesto jargões, mas vá lá), “uma reserva moral da política nacional”, e o primo, ficar com o último, é prova de vesguice.

  2. E o que dizer do PSDB local então? Sobrou apenas o também denunciado Valdir Rossoni. Será que ele vai fazer um discurso moralizador como quando era presidente da assembléia e apontar o dedo acusador para o “piloto”? Quem deve estar rindo à toa é o camaleonico Romanelli que abandonou a nau do choque de gestão antes de ir a pique. Quem observa o Romanelli sabe. O cara tem um faro de roedor para perceber quando abandonar o navio.

  3. Engraçado né…agora vem o pessoal com o : ” eu te avisei” ou ” eu não sou mais amigo dele desde os tempos da PUC” tá vendo Beto, agora todo mundo vai te dar as costas…por isso não adianta fazer coisa errada, cedo ou tarde a cortina cai. Se pararmos para pensar….será que a atual governante não planejou esse xeque mate para se afastar de vez do governo anterior? Assim se sobressai na imprensa como a salvadora do Paraná, implacável combatente…e olha que de golpe …eles tiveram um bom professor para ensina-los. Ops só deu proclise.

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