O silêncio constrangedor sobre o estupro coletivo da haitiana

(por Ruth Bolognese) – Uma haitiana grávida sofreu um estupro coletivo em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, por 4 homens, com adendos de crueldade e na frente do marido. Até agora, nenhuma liderança de movimentos de proteção à mulher se manifestou. A OAB está calada, assim como a comissão de de direitos humanos da Assembleia e outras tantas organizações da “sociedade civil organizada” dispostas a gritar quando a causa é política.

Nem mesmo a governadora Cida Borghetti, que sempre se identificou com a defesa dos direitos das mulheres em sua carreira política, fez qualquer gesto de solidariedade à haitiana. Mesma indiferença da primeira mulher comandante da PM do Paraná , coronel Audilene Rocha, colocada no cargo também para enfatizar a valorização da mulher no atual governo.

A pergunta que precisa ser feita é: se a haitiana fosse branca, moradora de um bairro nobre da Capital e passasse por uma situação tão dramática quanto traumática, a reação das nossas representantes políticas e sociais seria a mesma?

Ainda mais que estupro coletivo não é um crime comum no Paraná, e as circunstâncias são estarrecedoras, principalmente por ter atingido uma mulher grávida que já sofre as consequências da migração por pobreza e numa tentativa desesperada para melhorar de vida.

A haitiana, grávida de um mês, e o marido foram surpreendidos no domingo (13), dentro de casa, e além do estupro coletivo o casal teve todos os pertences roubados, conforme conta o jornal Tribuna do Paraná. Os quatro suspeitos foram localizados pela Polícia Civil de Mandirituba e estão presos.

Segundo a delegada Gislaine Ortega, que comanda a delegacia de Fazenda Rio Grande, os homens entraram na residência do casal por volta das 9h30 de domingo e, depois de roubarem a casa, decidiram estuprar a mulher, na frente do marido.

Eles só saíram da casa porque, enquanto agrediam o marido, a haitiana conseguiu fugir. Na delegacia, ela reconheceu os agressores, que confessaram o crime.

E o silêncio oficial continua.

9 COMENTÁRIOS

  1. Gostaria de saber o seguinte: se os agressores confessaram o crime, imagino que estejam presos. Ou não? Só falta alguém vir me contar que eles pagaram 50 abdominais mais trezentão de fiança e já estão na rua. Mas se estiverem presos, conficamos que a justiça faça justiça. Se for sempre assim não é necessária a manifestação Desculpas seja de quem for. Caso contrário…

  2. Ongs, Direitos Humanos, ativismo, todos trampolins políticos. Uma nojeira. Escapa Os Médicos Sem Fronteira, uma ou outra mais. Morre alguém num acidente, alguém se elege, se lidera um movimento pró-moradia, o cara além de cobrar aluguel, sai candidato a presidente. Um nojo, repito. Semana que vem vou a Mandirituba ver o que se faz pela família haitiana, pedir-lhe desculpas, até. Não sou candidato a porra nenhuma, aviso.

  3. “Só podia ser em Curitiba”; “Se fosse branca e rica em bairro nobre;…
    O fato é gravíssimo! E mais reprovável e indignante é que, além das autoridades que já estão trabalhando no caso (e merecem reconjecimento), não vemos nenhum movimento social ou ativistas que fazem manifestações sequer comentando isso.
    Quando comentam, é para apontar o dedo pro governo e usar isso como propaganda negativa.
    Por que não vão dar amparo e fazer campanhas contra o estupro lá em Fazenda Rio Grande?? Porque ativista de Curitiba gosta de IPhone e de tomar cerveja no Beck Bar na dr. Faivre, ao lado da reitoria e depois de dar um tapa, curtir um papo cabeça nos bares da Inácio Lustosa.
    Uma mulher foi estuprada em uma região em que este tipo de crime não é comum!!!
    Mas Haitiano não vota né?? E quem está sendo preconceituoso aqui? Os que se omitem ou os que apenas exigem dos outros oq não fazem?
    Tá na hora dos movimentos sociais se preocuparem com finalidades sociais! Ou mudam o nome para movimentos politicos; eleitorais; partidarios; criticos; anarquistas; anomia; ou como acharem que rendem mais “likes”.
    Xingam o MP e a Polícia, mas te garanto que foram os únicos que prestaram auxílio e atendimento para esta pessoa. Mas isso não vende.
    Parabéns Contraponto! Assuntos pertinentes para mostrar como será a campanha eleitoral e os discursos em outubro. Já começa por aí. Os objetivos Sociais e Defensores.
    Pq não vão na delegacia fazer vigília? Pq não tem graça fazer selfie lá né?!

  4. Ah, mas deixa os caras serem presos, sofrerem algum tipo de “tratamento degradante” na cadeia, pra ver o choro das comissões de direitos humanos da vida…

  5. Não dê trégua Ruth.

    É isso mesmo.
    Não é possível que o Paraná se transforme na Índia, no Rio de Janeiro, nos grotões, aqui não é isso não!!!

    Temos deputadas federais mulheres
    Temos deputadas estaduais mulheres
    Temos Governadora

    E aí?

  6. Inconcebível, inaceitável. Quem detém pode de fato, em todas as esferas, deveria se indignar e socorrer essa gente. O estado, no mínimo, deveria oferecer amparo. Não se trata de haitiano, brasileiro, branco ou preto. É uma ato de tamanha indignidade indignidade humana que esses sujeitos praticaram e que deveriam ser obrigados, além de trancafiados, a indenizar as vítimas, ainda que isso não amenizasse o crime hediondo que praticaram.
    Não dê trégua, Ruth!!!

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